Bombeiros resgataram na tarde desta terça-feira (5) um jacaré-de-papo-amarelo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O réptil estava escondido sob um jardim na Rua Rino Levi quando os militares chegaram. Foram quase cinco minutos até imobilizá-lo e retirá-lo do canteiro.
Mesmo amarrado, o bicho ainda tentou atacar os bombeiros.
A espécie tem sido vista com frequência na Barra, Recreio e em Jacarepaguá. Esse jacarés se alimentam e se reproduzem nas lagoas da região.
Peixeiro sentou num réptil
Há uma semana, o Bom Dia Rio mostrou a façanha do peixeiro Roberto Pereira da Silva, de São Gonçalo, que a seu modo imobilizou um jacaré tão grande quanto o da Barra.
Roberto saía para o trabalho quando, ao ligar o carro, ouviu um barulho. “Foi uma pancada forte no fundo do carro. Quando eu olhei, tinha um jacaré aqui do lado. Falando, você não acredita”, lembrou.
Roberto conseguiu capturar o bicho no meio da rua, no bairro Trindade — mas os bombeiros afirmam que o certo é se afastar e ligar urgentemente para o 193.
O peixeiro sentou em cima do animal quando já tinha dominado o réptil (assista ao vídeo aqui). Mas como ele conseguiu essa proeza?
Roberto primeiro pediu ajuda ao pai: “‘Pega um pano, vou pegar esse bicho’”, recordou. Ele temia que algum vizinho agredisse o invasor com paus ou pedras e o irritasse. “Tem criança aqui”, pontuou o peixeiro. “Mas o jacaré tem mais medo da gente do que a gente dele.”
A estratégia era cegar momentaneamente o animal para amarrá-lo — daí veio a ideia do pano. “Mas ele tirou e veio para cima de mim”, disse.
“Na terceira vez, eu consegui jogar o pano em cima dele, ele parou e fui pular em cima. Aí não tem jeito, são 120 kg em cima do bichinho!”, riu.
Roberto contou que o Corpo de Bombeiros não levou muita fé na ocorrência quando os vizinhos ligaram. Quando ele telefonou — em cima do jacaré, detalhe —, uma guarnição foi enviada.
“O bombeiro que atendeu a ligação chegou aqui rindo. ‘Caramba, cara, achei que você estava de brincadeira!’”, narrou.
A mulher dele, Rosana Costa Bruno, não estava em casa na hora da caçada. “Mas se eu estivesse com certeza eu ia desmaiar. Eu não ia ter estrutura para um encontro com a Cuca”, brincou.
O que fazer, segundo os bombeiros?
O tenente-coronel Douglas Henault, do 2º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente, afirma que o certo é se afastar e orientar a todos que façam o mesmo. “Especial atenção para as crianças”, ressaltou.
“Imediatamente ligue 193, o telefone do Corpo de Bombeiros. Informe o que está acontecendo, o local e se tem alguma pessoa ou animal ferido. Mantenha-se longe do animal até a chegada da nossa guarnição”, ensinou.
“Nossos militares possuem treinamento e equipamentos apropriados para a contenção e o transporte do animal”, emendou.
Ainda não se sabe de onde o bicho veio. “Não tem explicação nem noção, eu sei que o susto foi grande”, resumiu Roberto.
O jacaré foi levado para a APA de Guapimirim. Ele e Roberto passam bem.