O inverno é caracterizado na região Sudeste por ser uma estação seca com baixa umidade do ar. No período de estiagem, aumenta-se o número de ocorrências de fogo em mato em Jaú. Entre 1º de junho de 2016 e às 15h50 de ontem foram contabilizadas 316 ocorrências dessa natureza no Município pelo Corpo de Bombeiros – junho, julho e agosto são os meses com maior número de casos. 

A maioria é registrada no perímetro urbano. Ontem, foram registrados incêndios em lotes nos Jardins Orlando e Pedro Ometto. No último sábado, por exemplo, a técnica de enfermagem, Laís Fernanda da Silva, 20 anos, sofreu acidente de trânsito provavelmente causado pela fumaça de fogo em mato ateado em terreno situado na Avenida Dr. Luciano Pacheco de Almeida, próximo à Rua Dante Lazzari, no Jardim Nova Jaú. 

A jovem saiu de sua residência, no Distrito de Potunduva, às 6h15 para trabalhar no Hospital Amaral Carvalho com sua motocicleta Yamaha Factor. Ela foi encontrada inconsciente em terreno baldio por funcionários públicos do setor de coleta de lixo, segundo o boletim de ocorrência (BO), registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Jaú. 

O documento cita que havia ocorrido queimada de mato no terreno, o resultou em muita fumaça, o que pode ter dificultado a visibilidade no local no momento do tombamento. A jovem foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao pronto-socorro da Santa Casa de Jaú, onde permanecia internada até ontem (26) na unidade de terapia intensiva (UTI). A motocicleta, de acordo com o BO, sofreu danos e foi retirada do local pelo pai da vítima, Sidnei Marciano da Silva (leia texto). 

Nesse período de estiagem, o 2º sargento do Corpo de Bombeiros, Tiago Ricardo Scudilio, orienta que a população tenha mais consciência, principalmente, na hora de fazer a limpeza de terrenos. Ele pede que as pessoas evitem atear fogo nos lotes para que idosos e crianças – os indivíduos mais afetados com os problemas respiratórios – não reclamem da fumaça. “Nós orientamos a não jogar bituca de cigarro e também a procurar outros meios para limpar os terrenos”, salienta. 

Perímetro urbano

O sargento explica que a grande maioria das ocorrências é registrada no perímetro urbano, uma vez que Jaú tem muitos lotes e é comum a prática de atear fogo para fazer a limpeza desses terrenos em vez de capinar e retirar a sujeira e o mato acumulado nessas áreas. Somente ontem, o Corpo de Bombeiros atendeu três ocorrências dessa natureza até as 15h. 

“São muitas ligações e temos apenas um caminhão. Acaba até mesmo prejudicando os bombeiros, pois respiramos essa fumaça. Um colega nosso acabou torcendo o pé em um desnível de terreno”, afirma Scudilio. 

Fonte: Comércio do Jahu