O número de capturas de cobras feitas pelo Corpo de Bombeiros Militar aumentou 25% em um ano na região de Blumenau, no Vale do Itajaí. Conforme relatório feito pela corporação, de janeiro a outubro de 2020, foram resgatadas 196 serpentes na área. No mesmo período de 2021, foram 246.

O levantamento inclui vários municípios da região atendidos pelo 3º Batalhão de Bombeiros Militar.

Em Blumenau, Brusque, Guabiruba e Botuverá, maioria das serpentes resgatada era venenosa. As espécies peçonhentas mais comuns na região são a jararaca e coral.

Entre as capturas mais recentes está a da maior serpente venenosa encontrada na região, a jararacuçu (Bothrops jararacussu). Ela foi resgatada pelos bombeiros na terça-feira (23) nos fundos do terreno de uma casa no bairro Progresso, em Blumenau (veja vídeo aqui).

Ninguém ficou ferido. Os bombeiros usaram um instrumento chamado de gancho e uma caixa para fazer a captura. Depois, a cobra foi solta em área de preservação. O biólogo especialista em répteis da Universidade Regional de Blumenau (Furb) Alex Giordano Bergmann confirmou que a espécie é a maior entre as venenosas na região.

De acordo com o 1º sargento Airton Cesar Schmits, do Corpo de Bombeiros Militar, a temperatura pode ter relação com o aumento do número de capturas de cobras. "Duas semanas atrás, esquentou bastante. Aumento o número de pessoas ligando reclamando de serpentes", disse.

Ele também citou o crescimento das cidades em direção à área de mata como outro fator que contribuiu para a situação.

Segundo ele, o 3º Batalhão de Bombeiros Militar não registrou nenhum caso de profissional ferido durante esse tipo de resgate. "De maneira geral, os bombeiros recebem um treinamento, há o uso de ferramentas, uso de EPIs [equipamentos de proteção individual], tudo dentro de um protocolo", afirmou.

Entre os instrumentos utilizados nas capturas estão ganchos, laços e caixas.

Como há um número significativo de cobras que aparecem e não são venenosas, os bombeiros pedem que as pessoas tirem uma foto da serpente quando forem acionar o socorro. "Fazer uma foto com zoom e mandar pra nós. Sendo um animal peçonhento, vamos até o local. Se não for peçonhento, pode-se usar uma vassoura para empurrá-lo para uma área de mata. Não há risco de acidentes", relatou.

 O que fazer em caso de picada?  

  • Caso seja picado por uma cobra, não se deve amarrar o local. Segundo o biólogo Christian Lempek, o torniquete pode aumentar o risco de necrosar o local e resultar até em amputação;
  • Não se deve cortar o local, fazer perfurações ou sucção;
  • O local da picada deve ser lavado com água e sabão;
  • A vítima deve ser levada o mais rápido possível ao hospital;
  • É importante tentar identificar a serpente (pode ser por foto, se possível), pois isso facilitará a escolha do soro antiofídico a ser aplicado.

 Onde ligar  

  • Entre em contato com os Bombeiros (193) ou com a Polícia Ambiental da sua cidade (190);
  • Em caso de acidente com serpente, entre em contato com o Samu (192), os Bombeiros (193) ou se dirija ao hospital público mais próximo;
  • Em caso de dúvidas ou orientações sobre procedimentos de primeiros socorros, ligue para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), pelo telefone: 0800 643 5252.
  • Moradores de Jaraguá do Sul podem ter atendimento na Fujama pelo telefone (47) 3273-8008, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.