Nos últimos quatro anos, servidores ativos e aposentados do Rio Grande do Sul sofreram uma redução real de quase 10% em suas remunerações. No período, o salário médio do funcionalismo estadual, considerando todos os poderes e órgãos autônomos, cresceu 16,4%, ante uma inflação de 26,2%. Essa média não reflete a situação individual de cada um, porque há servidores que tiveram apenas a reposição de 6% em 2022.

 

O índice foi obtido pela coluna a partir da comparação de relatórios que fazem parte de mensagens do governador à Assembleia Legislativa. O documento, de aproximadamente 100 páginas, é entregue anualmente ao parlamento. 

De acordo com a mensagem protocolada em 2019, primeiro ano da gestão de Eduardo Leite, a média dos vencimentos dos servidores estaduais, considerando ativos e inativos, era de R$ 5.970,00. No documento submetido à Assembleia neste ano, o valor é de R$ 6.951,00. Nos dois casos, os dados publicados foram atualizados em agosto do ano anterior. 

Na comparação entre ativos e inativos, os aposentados tiveram perda maior no período. A remuneração média dos inativos avançou 13,9%, enquanto a dos ativos subiu 19,6%. Considerada a inflação, os inativos tiveram reajuste real negativo de 12,3%, ante uma perda de 6,6% dos ativos. A explicação pode estar no novo plano de carreira do magistério, que dá prioridade aos ativos. 

Esses valores consideram todos os funcionários da administração direta, ligados às secretarias do Estado, além de membros e servidores da Assembleia Legislativa, Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas. 

O período analisado inclui a época da pandemia de covid-19, que forçou o congelamento dos salários do funcionalismo. O governo voltou a conceder reajustes em 2022, quando foi aprovada a reposição de 6% para todos os servidores.

 

**  O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço