Um menino, de dois anos, está internado no CTI da Santa Casa de Montes Claros (MG) após se engasgar com a peça de um brinquedo.

A mãe de Luiz Otávio Aquino Madureira, Isabela Aquino, conta que estava com o filho na casa da avó, no domingo (17), quando o fato aconteceu.

“Ele estava sentado na sala brincando normalmente, como era de costume, quando percebi que tinha uma ventosa, uma pecinha de uma flecha na boca dele. Falei para ele tirar, só que ele sugou e a peça foi parar na garganta. Imediatamente, enfiei o dedo para tentar puxar, só que estava longe, mais fundo. Meu ímpeto foi correr para o hospital”, diz.

Isabela levou o filho até o Hospital Aroldo Tourinho com ajuda do irmão. O menino teve parada cardiorrespiratória e obstrução das vias aéreas, por isso precisou ser reanimado por cerca de meia hora. Após as manobras, a circulação espontânea voltou.

“Eu tentava massagear, só saía baba, eu desesperei. Coloquei ele de bruços para ver se a pecinha era expelida, mas nada. No caminho até o hospital, meu irmão gritava para os outros motoristas deixarem ele passar. Fiquei com medo, mas tinha fé. Quando o Luiz desfaleceu, falei para Deus: ‘O Senhor não pode tirar ele de mim, porque ele foi um presente. Eu demorei um ano e oito meses para engravidar dele. Não deixa meu filho morrer, eu imploro’. Eu me desesperei”, fala.

Por questões técnicas, a criança precisou ser transferida, ainda no domingo (17), por volta de 20h, para a Santa Casa de Montes Claros, onde encontra-se internada atualmente.

“Ele está no CTI, entubado, mas com quadro estável. Os médicos temem que possam ficar sequelas pelo tempo que ele ficou desfalecido, mas, se Deus quiser, ele vai sair dessa”, comenta o pai Charles Madureira.

 

Como reagir em casos de engasgo

Em casos de engasgo com objetos sólidos, o Corpo de Bombeiros orienta que os pais ou responsáveis liguem imediatamente para o telefone 193, como explica o tenente Kollek Pereira.

"Objetos sólidos incluem brinquedos e até mesmo comidas maiores, incompatíveis com a capacidade de deglutição da criança. É indispensável que se estabeleça contato com o serviço de emergência para receber as orientações. São dois passos paralelos: enquanto o teleatendente passa as coordenadas, se necessário, uma viatura já se desloca para o local. Tudo muito rápido", diz.

Estes são os passos para expelir brinquedos e demais itens sólidos da garganta, conforme detalha o militar.

"Deve-se virar a criança de bruços, deixando a cabeça mais baixa em relação ao resto do corpo, para, então, aplicar cinco "pancadas" moderadas nas costas. Logo após, vira-se a criança de barriga para cima para fazer cinco compressões no peito com os dedos indicador e médio. Em seguida, o adulto confere se o objeto foi expelido. Caso não, repete o processo. Ter calma é fundamental para executar o passos e se atentar ao que o atendente diz", completa.