Milhares de pessoas se amontoaram no aeroporto de Yellownike, no norte do Canadá, nesta quinta (17), após receberem ordens para deixarem a cidade. Os incêndio florestais que atingem o norte do país avançam para extremo-norte e os moradores buscavam por voos de evacuação. Enquanto isso, uma longa fila de carros se dirigia para o sul na única estrada aberta.

A ordem da quarta (16) à noite para deixar Yellowknife, uma das maiores cidades dos Territórios do Noroeste, marcou o último capítulo de um verão marcado por incêndios no Canadá, com dezenas de milhares de pessoas obrigadas a abandonar suas casas.

“Estamos todos cansados do termo ‘sem precedentes’, mas não há outra forma de descrever esta situação”, disse a primeira-ministra regional, Caroline Cochrane, no  Twitter.

Mais de 1.000 incêndios florestais ainda estão ativos no norte do país.

Incêndios nas estradas

A prefeita da cidade, Rebecca Alty, alertou os motoristas que as chamas podem ser encontradas às margens das poucas estradas que cruzam o Canadá, dificultando a visibilidade.

Imagens compartilhadas nas redes sociais e na televisão canadense mostram grandes extensões de mata escurecida. Nos carros e caminhões que conseguiram sair antes que as vias ficassem intransitáveis, os faróis derreteram e a pintura se desprendeu dos veículos.

“Minha irmã levou cinco horas para percorrer 100 km”, contou Maggie Noble no Twitter sobre a lenta fuga de Yellowknife.

A cidade decretou emergência no início desta semana, que logo se expandiu por todo o território do norte do país, com os bombeiros obrigados a se retirarem de algumas áreas.

168 mil pessoas abandonaram suas casas

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que Ottawa “ajudará como puder”.

Vários aviões militares foram enviados com mais de 120 soldados para  combater as chamas.

Neste ano, os megaincêndios se espalharam pelo Canadá, obrigaram  168 mil pessoas a abandonarem suas casas e queimaram 13,5 milhões de hectares, quase o dobro da superfície do último recorde, que foi de 7,3 milhões de hectares, segundo o Centro Interagências Canadense de Incêndios Florestais.

Ainda, quatro pessoas morreram nos incêndios deste ano.

 

Foto: Darren Hull/AFP/ND