No dia 9 de agosto de 2020 a professora Alinne Petris, 30 anos, viu sua vida quase escorrer entre os dedos. Sem saber o motivo, ela foi esfaqueada por um vizinho. A ação rápida dos bombeiros foi determinante para a recuperação e nesta sexta-feira (30) ela achou que era hora de agradecer.

Quase nove meses depois de ser atacada, ela se sentiu recuperada o suficiente para ir até o quartel do Corpo de Bombeiros de Blumenau e agradecer o atendimento que recebeu, tanto dos bombeiros, quanto dos socorristas do Samu.

“Eu sentia essa necessidade dentro de mim. Eu precisava conhecê-los, precisava expressar com palavras, olho no olho, toda a minha gratidão e respeito pelo que fizeram por mim e pelo que fazem por todas as pessoas que atendem. E mostrar a eles que sobrevivi, que nasci de novo e que eles fazem parte disso”, contou.

A recuperação

Uma das facadas que recebeu atingiu a veia jugular, no pescoço. O ferimento era grave e Alinne conseguiu fazer o que poucas pessoas fariam: manter a calma. Bióloga de formação, ela respirou fundo e tentou preservar a própria vida até a chegada do socorro.

“Minha formação contribuiu muito para que eu conseguisse me salvar. Antes dos bombeiros e do Samu chegarem, eu que mantive o ferimento do pescoço (jugular) sob pressão e consegui estancar o sangue”, relata.

Após o ataque, ela conta que a recuperação foi difícil e demorada. Alinne passou por duas cirurgias, uma na mão esquerda e outra no pescço, onde estava o ferimento mais grave. “Foi um processo lento, mas graças a Deus deu tudo certo”, celebra.

Apesar de já se sentir muito melhor, a professora ainda não está totalmente recuperada dos ferimentos, até porque, não é apenas o corpo que precisa de tratamento.

“A questão física com certeza é mais fácil. A cicatrização do pescoço está bem melhor, porém, tenho sequelas, como a falta de sensibilidade no dedo indicador, e não tenho 100% o movimento da mão. O difícil mesmo é a recuperação psicológica do trauma, mas estou trabalhando isso com terapias e orações”.

O homem que esfaqueou Alinne foi preso cinco dias depois do ataque, caminhando na rua, e confessou o crime. Ele segue detido.

Agradecimento

Na visita ao quartel, Alinne conheceu e agradeceu os agentes que atenderam a ocorrência e salvaram a vida dela: além da equipe do Samu, o ST BM Rafael Pereira Martins, o terceiro-sargento BM Pablo Mauricio Tomazzia, soldado BM Rodivan Carlos Michels e a bombeiro comunitária Nicole Francesca Longo.

Além de presentear os seus “anjos”, como ela mesma nomeou, Alinne estendeu a homenagem e tornou pública a gratidão pelo trabalho dos bombeiros e do Samu pelas redes sociais.