Porto Alegre já conta com hidrantes em poliacetal, um plástico resistente. O projeto-piloto de substituição dos hidrantes é coordenado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e surgiu após a identificação de que cerca de 90% dos hidrantes que estavam fora de operação, na região Norte da Capital, era devido a atos de furtos e vandalismos. Atualmente, 217 novos modelos foram instalados a partir da distrital Norte e aos poucos estão chegando em outros bairros. Os novos modelos foram aprovados pelo Corpo de Bombeiros Militar do RS.

Na esquina da Perimetral com a Lima e Silva, na Cidade Baixa, esse novo modelo de hidrante causa um misto de surpresa e dúvida em quem passa pelo local. Maiara Barbosa trabalha em um prédio comercial, na Lima e Silva, três vezes por semana, e não tinha reparado a mudança. “Não tinha me dado conta. Achei estranho. Assim de longe parece de mentira. Esse daí parece aqueles de novela, de cenários”, comentou.

O novo hidrante também chamou a atenção do uruguaio Roberto Figueroa, que está de passagem pela Capital. Ele olhou desconfiado para o equipamento e questionou a sua funcionalidade. “Nunca tinha visto um hidrante assim. Por isso me chamou a atenção. Não sei se é eficiente”, ressaltou Figueroa.

O comandante da companhia de Bombeiro Militar de Porto Alegre, o capitão Remisio Wilms explicou que as partes revestidas em poliacetal são os bocais utilizados para conectar as mangueiras dos caminhões de combate a incêndio e que as novas peças apresentam a mesma eficácia das metálicas. Ele destacou que foi alinhado com o Dmae manter a cor natural da peça para que de longe seja identificado que não é um material metálico e desta forma a tentativa de furto seja frustrada.

O comandante também informou que não há nenhuma intercorrência registrada sobre a funcionalidade da nova conexão, que foi instalada em junho. Como forma de acelerar os testes, as peças de poliacetal também foram colocadas nos hidrantes dos quartéis de bombeiro do Pelotão Açorianos e Pelotão Floresta. “Visto que diariamente os hidrantes são utilizados para abastecimento das viaturas de combate a incêndio, sendo constatado que as novas peças não apresentaram desgaste ou avaria neste período”, declarou.

Wilms acredita que esse novo material é uma tendência porque inibe o furto das peças, o que gera séria consequência para atividade do corpo de bombeiros. “Se os hidrantes estão em plenas condições de uso próximo ao local do incêndio não há necessidade de realizar grandes deslocamentos para abastecer uma viatura de combate a incêndio. Sendo que o controle do incêndio será realizado com maior rapidez que por consequência terá reflexo na proteção do patrimônio e da vida”, ressaltou.

Foto: Maria Eduarda Fortes