O reaparelhamento material das polícias vai bem, muito bem. Viaturas e armamento novos em folha, em parte com doações da iniciativa privada. O cercamento eletrônico, também – vai longe o tempo em que bandidos se sentiam seguros ao cruzar limites municipais e divisas estaduais com carros roubados. A hora, dizem as entidades sindicais da segurança pública, é de investir nos servidores.
Os sindicatos da área da segurança do RS querem reunião com o governador Eduardo Leite. O objetivo é conseguir efetivar promoções (avanços nas carreiras) para todos os servidores, em bloco, sem distinção. Os sindicalistas reivindicam também um cronograma de chamada dos candidatos aprovados em concurso e que ficaram no cadastro reserva. Não que o governo tenha feito pouco nesse quesito. Tem chamado bastante concursados, mas, como se sabe, há uma defasagem de décadas nos efetivos da segurança. Só no sistema penitenciário há um cadastro reserva de 1,2 mil aprovados, à espera de nomeação.
A decisão de pedir reunião com o governador foi tomada em reunião de todos os presidentes de sindicatos do setor, realizada quinta-feira (07/01). Estavam presentes dirigentes do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (UGEIRM Sindicato), Associação Beneficente Antônio Mendes Filho da Brigada Militar (Abamf, que representam cabos e soldados da BM), Sindicatos dos Servidores do Instituto Geral de Perícias do RS (Sindiperícias), Associação de Bombeiros do Estado do RS (Abergs), e da Amapergs Sindicato, representando os servidores penitenciários.
A ideia é entregar um documento coletivo. O mesmo ofício será levado também ao Líder do Governo na Assembleia Legislativa, Frederico Antunes (PP), e ao Chefe da Casa Civil, Otomar Vivian.
A A Associação dos Oficiais (ASOFBM) lamenta a não realização das promoções dos Oficiais e cobra que o governo as efetive no primeiro semestre deste ano. Já o presidente da Amapergs Sindicato, Saulo Felipe Basso dos Santos, diz que 1,9 mil servidores penitenciários têm direito à promoção.
—Esperamos que as listas de servidores aptos a serem promovidos estejam prontas até o mês de março — destaca.
O sistema penitenciário, como se sabe, é o ponto nevrálgico para a segurança pública, por conter os chefe do crime organizado. É um dos que menos servidores tem.
As entidades sindicais planejam um calendário de reuniões como forma de pressionar o governo. Que, antecipadamente, já montou um cronograma de chamamento de aprovados: só de agentes penitenciários serão 450 no primeiro semestre. Tomara que a crise permita repetir a dose até o final do ano.