A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB-RS) reuniu na manhã da quinta-feira (27) cerca de 100 entidades gaúchas em sua sede, em Porto Alegre, para assinar um termo de requerimento de abertura da CPI da Segurança Pública. O documento será encaminhado para a Assembleia Legislativa na próxima semana.
Participaram representantes da diretoria da OAB e de integrantes de entidades empresariais e órgãos ligados à Polícia Civil e à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). No texto que será entregue aos deputados, constam os dados dos registros de homicídios no Estado, apontando a alta de 34,8% no número de latrocínios (roubo seguido de morte) somente no primeiro semestre deste ano.
Entre as exigências, a seccional gaúcha pede a criação de um sistema único e permanente de Segurança Pública que não sofra alterações quando da troca de governo e a identificação e avaliação dos planos do governo atualmente em andamento. Além disso, questiona a gestão de recursos destinados a pasta.
O presidente da OAB-RS, Ricardo Breier, mostrou preocupação com a violência enfrentada no Estado. "Hoje estamos protagonizando o maior debate sobre o tema que esse Estado já realizou na história: o caos da segurança pública", reiterou. "É o momento de não nos isolarmos e sim buscarmos apoio mútuo", argumentou.
Breier também lembrou que desde 2007 a entidade alerta sobre problemas, como falta de vagas em presídios, falta de policiais militares e civis e falta de políticas públicas mais eficazes.
Presos foram mantidos em viaturas
Sem vagas em presídios e nem em delegacias, presos aguardam em viaturas (Foto: Reprodução/RBS TV)
A falta de vagas no sistema prisional levou a um episódio insólito durante esta semana. Presos que aguardavam celas foram mantidos encarcerados em viaturas da polícia, que tiveram de ficar estacionadas e não puderam sair às ruas. Em alguns casos, a espera durou dias.
Na quarta-feira (26), o secretário da Segurança Pública do RS, Cezar Schirmer, anunciou a criação de um grupo de trabalho que apresentará medidas alternativas ao problema da falta de vagas em presídios, num prazo de 30 dias.
Fonte: G1 RS / Foto: Gabriela Milanezi/OAB-RS