O período de isolamento social têm tirado os praticantes de esporte da área urbana e os levado a desbravar novas trilhas. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, mesmo com a quarentena – em que o acesso foi barrado em trilhas movimentadas –, as ocorrências de busca por pessoas perdidas não pararam em Minas, sobretudo na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Na Grande BH foram 52 ocorrências até 24 de maio. A queda não foi significativa em relação ao ano passado, que durante o mesmo período teve registro de 10 chamados a mais. Em todo território mineiro, foram 285 chamados atendidos pelos militares.
Segundo os bombeiros, os casos de pessoas perdidas ocorrem normalmente aos fins de semana. “Durante a quarentena, tenho observado que locais em que antes não havia pessoas agora está tendo”, comenta o bombeiro militar, sargento Allan Azevedo.
No último fim de semana, mais uma vez, os militares foram acionados. Desta vez, pilotos de moto que faziam trilha na Região de Nova Lima estavam perdidos, sem água e comida, quando pediram ajuda.
Planejamento para evitar riscos
Os bombeiros alertam que os “trilheiros” precisam se planejar para evitar riscos. “A primeira orientação é saber com quem vai, para onde vai e como vai”, recomenda sargento Azevedo. “Também é bom avisar a algum parente ou amigo sobre o destino. Levar materiais de primeiros socorros, alimentação e água suficiente. E se for possível, uma ótima medida de segurança é levar um GPS.”
De acordo com a corporação, os riscos de acidentes em trilhas fechadas são muito comuns e recorrentes como choques em árvores ou pedras, quedas em valas na beira da trilha, ou até mesmo ficar perdido no meio do caminho sem saber como voltar.
Segundo o bombeiro, os casos normalmente ocorrem no fim de tarde e início da noite, quando a visibilidade é reduzida. “As pessoas vão cedo e deixam para retornar de tarde, mas qualquer caminho que pegar errado não tem como voltar pra trilha certa”, afirma.
Nesses casos, os militares contam com ajuda de equipamentos como drones. “Às vezes tem um lugar mais alto, em que o bombeiro pode fazer o uso dessas RPA’s (drones). Consegue ter uma boa visão e traçar uma boa rota de busca”, afirma o sargento.