A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou, oficialmente, o combate a incêndios como uma profissão causadora de câncer. A entidade elevou, no dia 1 de Julho de 2022, a classificação da atividade profissional de bombeiros de “Grupo 2B – Possivelmente cancerígeno para humanos” para “Grupo 1 – Carcinogênico para humanos”.
Esta decisão certamente terá impactos importantes por reconhecer que existem provas científicas suficientes comprovando o vínculo entre esta atividade profissional e a doença. Ela também implica que os corpos de bombeiros do mundo todo precisam urgentemente tomar medidas de prevenção à exposição das fumaças cancerígenas, que é o objeto desta norma.
Provas científicas
A notícia ganhou repercussão em vários países e mostra que há um movimento com grandes implicações na forma como o câncer é gerenciado para bombeiros e serviços de bombeiros em todo mundo. Para Xavier Bihan, engenheiro de Materiais da Maiorproteção, empresa fornecedora de materiais para EPI de bombeiro, isso está acontecendo porque foi reconhecido, pelo comitê científico da agência, que existem agora provas científicas suficientes para estabelecer uma ligação direta comprovada entre certos tipos de câncer e a atividade de bombeiro.
De acordo com Bihan, esta mudança deve ter impactos em nível mundial, possibilitando maior investimento dos corpos de bombeiros em prevenção e monitoramento da saúde dos combatentes do fogo pelo mundo. “No caso do Brasil, essas mudanças podem respingar nas legislações nacionais, como reconhecimento pelo INSS deste risco para esta profissão, que pode levar a maior direito para os bombeiros e bombeiras no futuro”, considera o especialista.