* Adriano Krukoski 

Provocados pela Pedra Circular, startup dedicada na busca de informação sobre o que fazer antes, durante e depois de um desastre, trataremos de um tema um pouco diferente, que é a importância da presença na cena do sinistro para realizar qualquer tipo de debate, crítica ou opinião sobre o fato.

Para poder escrever este artigo, gostaria de dizer que tive a oportunidade de estar na cena, em tempo real, das principais ocorrências no estado dos últimos 25 anos, como no incêndio do QG da Brigada Militar (1995), do Cacique (1996), do Mercado público de Porto Alegre (2013) e da Boate Kiss (2013); ou nos fenômenos meteorológicos ocorridos em Viamão em 2000, em Porto Alegre em 2016 ou em São Francisco de Paula em 2017.

O que vemos depois de tragédias ou fenômenos como estes, é uma infinidade de “especialistas” provocados para emitirem seus pareceres e de repórteres ávidos por furos jornalísticos procurando onde foi o erro, quem é o culpado, porque o poder público não agiu com antecedência, etc... e nunca o que deu certo na ocorrência ou o quanto evoluímos de uma para a outra. Desastres sempre ocorrerão, o que temos que nos perguntar é o quanto aprendemos com elas com o fim de evitá-las ou minimizá-las.

Com as redes sociais borbulhando após este tipo de evento, todos emitem opiniões, reproduzem vídeos, reportagens, fake news, críticas, mas poucos buscam a verdade com aqueles que estavam no local lutando com os recursos que dispõe para evitar que a tragédia fosse maior ainda. O quanto um soldado que combateu o incêndio, o sargento que comandou seu grupo ou o oficial que comandou o bom combate tem para dizer e colaborar com a verdade, independentemente de pressões sociais ou políticas, ou dizendo aquilo que muitos não querem ouvir.... não estamos preparados para responder a ocorrências de grande magnitude.

Para concluir, acredito que ainda temos que investir, e muito, na qualificação dos meios e das pessoas que se dedicam e atuam na prevenção, na resposta e no pós-resposta para a evolução do sistema e preparação para a próxima tragédia, que está logo ali, só esperando (Pc).

 
 
 
ADRIANO KRUKOSKI FERREIRAEngenheiro Civil. Engenheiro de Segurança do Trabalho. Bacharel em Ciências Militares. Especialização em Bombeiro Militar. Especialização em Gestão em Segurança. Especialização em Administração Policial Militar. Prevenção e Combate à Incêndios – Shiga /Japão. Combate à Incêndios Florestais – CBMPR