O Governo do Estado enviou aeronaves e efetivo do Corpo de Bombeiros Militar para o município de Corumbá nesta terça-feira (21), a fim de reforçar o trabalho das equipes de combate a incêndios no Pantanal. A ação acorre após a administração estadual registrar, de janeiro a abril de 2020, um número 40% maior de focos de queimadas na região em relação ao mesmo período do ano passado.
O monitoramento feito pela Sala de Situação, que acompanha a evolução dos focos de incêndio em Mato Grosso do Sul, detectou uma série de fatores que estão acontecendo antes do período previsto. “O que aconteceu em março e vem acontecendo em abril é algo que nós esperávamos que só acontecesse a partir de junho. Nós estamos com indicadores que apontam quase dois meses de antecipação do tempo seco. Não temos ainda elementos suficientes pra decretar emergência, mas já tivemos de tomar algumas medidas emergenciais imediatas em reação ao que foi detectado”, informou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), que coordena o trabalho junto com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Ibama e Prevfogo.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Joilson Alves do Amaral, “todos os meses deste ano já estão com números de focos de calor acima da média. O mês de Março foi o maior da série histórica (desde 1999) e o mês de abril, até o momento, já tem o maior número de queimadas dos últimos 10 anos”.
Outro fator de preocupação, segundo o titular da Semagro, é referente às condições climáticas. “Temos um prognóstico que aponta um período sem chuvas nas próximas semanas. Por isso nós intensificamos as ações para reforçar o combate aos incêndios. Informamos o governador Reinaldo Azambuja sobre a necessidade de se contar com reforço de aeronaves e equipamentos e já foram acionados os governos do Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal. Agora, estamos estruturando a questão logística, que envolve a disponibilização de combustível para as aeronaves e veículos terrestres, alojamento e alimentação para as equipes”, informou Jaime Verruck.
Dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), da Semagro, indicam que não há expectativa de chuva para Mato Grosso do Sul até dia 28 de abril. “Espera-se elevadas temperaturas e baixos índices de umidade relativa do ar. Segundo o modelo de previsão de numérica GFS/NOAA, preliminarmente as chuvas poderão retornar ao Estado no dia 29 de abril”, informa Franciane Rodrigues, coordenadora do Cemtec/Semagro.
Nesta terça-feira (21), de acordo com o Coronel Joílson, já estão à disposição no Aeroporto de Corumbá duas aeronaves Air Tractor, específicas de combate à incêndio florestal, enviadas pelo Corpo de Bombeiros Militar de MT e do DF. Cada uma delas tem capacidade para lançar até 3.200 litros de água. “Iremos utilizar o Aeroporto Internacional de Corumbá para abastecimento de QAv e Água, dentro do horário de funcionamento do local, que é das 7h às 17h”, informou.
Também foi solicitada ao Ibama de Brasília a contratação de brigadistas em caráter temporário. “Ao todo, estamos mobilizando neste primeiro momento 30 bombeiros para reforçar as ações na região, sendo do 15 do CBMMS. Que atuarão em terra. O Ibama em Brasília também está tentando a obtenção de recursos para disponibilizar um helicóptero”, acrescentou o Coronel Joílson.
Para o combate aéreo, foi solicitado outro helicóptero junto ao Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. “O helicóptero é importante para posicionar as equipe de Bombeiros o mais próximo do foco de incêndio ou seja da linha de incêndio. A aeronave joga água na linha diminuindo a temperatura e possibilitando que a equipe de terra se aproxime e apague o incêndio”, finalizou o comandante do CBMMS.
O secretário Jaime Verruck informa ainda que a Polícia Militar Ambiental vai investigar a origem das queimadas. “Queimada é crime ambiental e algumas denúncias recebidas pela PMA serão devidamente apuradas. Importante lembrar que existe uma técnica de queima controlada, que é o manejo integrado do fogo, que pode ser devidamente aplicada pelo produtor rural, sob orientação e controle do Imasul.