O PDT gaúcho decide nesta segunda-feira como vai encaminhar sua saída do governo de José Ivo Sartori (PMDB). Inicialmente, a definição ocorreria na reunião do diretório, à noite, com a presença do presidente nacional da sigla, Carlos Lupi. Mas, em função das divergências internas, agora o assunto será tratado primeiro em um almoço reservado entre Lupi, a executiva estadual e deputados federais e estaduais, em uma galeteria próxima à sede do PDT.
A convocação para o almoço, expedida na quinta-feira passada, deixou claro que ele é para a cúpula. De acordo com o texto, a reunião é para integrantes da executiva e deputados. Quem não puder comparecer não deve enviar representante. O presidente estadual do PDT, o deputado federal Pompeo de Mattos, confirmou ontem que o objetivo do almoço é tirar um indicativo sobre o futuro da relação com o governo estadual. “À noite consolidaremos a posição”, completou Pompeo.
O PDT está dividido sobre quando deve sair do governo. De um lado estão Lupi e movimentos partidários como a Juventude do PDT, que defendem a saída imediata do partido. São dois os motivos: o fato de o pacote do governador contrariar frontalmente algumas das principais bandeiras da sigla e a necessidade de reforçar desde já as candidaturas próprias do partido à presidência da República e ao governo do Estado em 2018.
Na outra ponta estão lideranças como Pompeo e os deputados estaduais, que defendem outra alternativa. A de que o partido, ainda nesta primeira quinzena de dezembro, se posicione sobre cada uma das medidas do pacote, e depois apresente suas posições ao governador para tentar negociar que o Executivo reveja pontos. “Vamos primeiro tirar um indicativo e depois os nossos votos. Bem, pode ser que nossos votos, por si só, nos tirem do governo”, afirma Pompeo. “A bancada, a princípio, não está avaliando sair. Mas não podemos colocar a carroça na frente dos bois”, completa o líder da bancada do PDT na Assembleia, deputado Eduardo Loureiro.
Na Assembleia Legislativa são feitos cálculos sobre quantos espaços a sigla perderá caso deixe a base de Sartori. O partido já perdeu os espaços que ocupava no governo federal e, neste momento, deixa centenas de cargos nas prefeituras de Porto Alegre e Caxias do Sul.
Fonte:Flávia Bemfica / Correio do Povo
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil / CP Memória