Após quase oito horas de buscas e empenho, o Corpo de Bombeiros do Acre descobriu que o chamado para ajudar homem que teria caído em mata de Sena Madureira, interior do estado, foi um trote. A informação foi confirmada pelo assessor de comunicação dos bombeiros, major Cláudio Falcão, neste sábado (20).

A equipe do Corpo de Bombeiros mobilizou moradores da cidade para investigar uma ligação feita ao Centro Integrado de Operação em Segurança Pública (Ciosp) em Rio Branco. Na ligação, um homem informou que havia caído em uma área de mata em Sena Madureira e estava com as duas pernas quebradas.

Após muito empenho e investigação, os bombeiros conseguiram falar com a suposta vítima por telefone. O rapaz não confirmou o acidente, desconversou sobre o assunto e também não soube confirmar onde estava.

"Conseguimos localizar o cidadão por telefone. A ligação estava ruim e fizemos uma série de indagações para ele e no final das contas percebemos que pode sofrer de distúrbios mentais. Falou que estava em um local a esmo e que hoje [sábado,20] iria para a cidade. No meio da conversa pediu ajuda para encontrar uma prima que é moradora de rua e que tem 9 anos. É uma situação bem complicada, mas a gente fez tudo que foi possível, inclusive, usando nossas técnicas de investigação, perguntando se estava em perigo, se não podia falar porque, muitas das vezes, a pessoa está em perigo e não pode falar", relatou o major.

Ainda segundo Falcão, o homem não soube dizer o nome completo e nem a idade. Ele também não citou mais a questão do acidente e nem dos ferimentos

"Na segunda conversa não citou a questão de acidente de paraquedas e nem de ferimentos, deu uma enrolada grande na conversa, não conseguiu falar o nome completo e nem a idade", lamentou.

 Prejuízo em atendimentos

O major fez um alerta para esse tipo de situação. Ele explicou que quando uma ligação como essa chega para a equipe, equipamentos, pessoal e outros recursos são mobilizados para tentar ajudar o solicitante.

"Nessa ocorrência demoramos em torno de sete a oito horas para chegar no fechamento. Isso tudo movimentou vários recursos, os atendentes do Ciosp foram empenhados, o batalhão de Sena Madureira foi empenhado, foi envolvido o sistema de comunicação da cidade para divulgar na rádio e isso tudo leva tempo. Quando estamos em uma situação dessas e que não dá em nada acaba nos ocupando e deixamos de atender ocorrências verdadeiras, mas de qualquer maneira o Corpo de Bombeiros não pode deixar de averiguar até o final", destacou.

Falcão relembrou o caso da suposta aeronave que teria caído na zona rural entre Sena Madureira e Rio Branco, no mês de fevereiro, e que as equipes passaram dois dias fazendo buscas.

"Pedimos que as pessoas não brinquem com o número 193, que é de urgência para fazer atendimentos e ajudar a comunidade. É sempre um prejuízo para nós quando se trata de trote ou quando se tratam de pessoas que não tenha as faculdades mentais perfeitas e na sua inocência acham que não estão fazendo mal, mas estão. Mesmo com nossos recursos tecnológicos ainda não estamos imunes esse tipo de situação", lamentou.