A conclusão preliminar do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina aponta que a explosão ocorrida no Hotel Slaviero, em Florianópolis, teve origem em um vazamento de gás.
A perícia foi realizada na segunda-feira (16) e os bombeiros tem 30 dias para entregar uma laudo conclusivo. Uma equipe voltou ao hotel nesta terça-feira (17) para colher novas pistas.
De acordo com a primeira análise, o local onde ocorreu o vazamento fica na parte subterrânea da estrutura e abriga um gerador de aquecimento de água movido por GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). A falha ocorreu em uma válvula de ligação do combustível com o equipamento de aquecimento.
“Pela análise do deslocamento das estruturas a gente consegue determinar o epicentro da explosão. Ficou evidente que foi numa sala do subsolo, uma área próximo da lavanderia, mas que ficava mais abaixo ainda, cerca de 80 centímetros”, destacou o tenente do Corpo de Bombeiros, Pedro de Paula.
Possível dinâmica do incidente
Segundo o Corpo de Bombeiros, essas características configuram uma situação de insegurança para instalações de GLP, já que estava abaixo do solo e não tinha aberturas que permitissem a circulação do ar.
Por este motivo, os bombeiros acreditam que não foi possível sentir cheiro de gás antes da explosão, já que todo o combustível que vazava permanecia armazenado no espaço.
“Tudo será apurado na perícia, inclusive os documentos e se havia liberação do Corpo de Bombeiros para o funcionamento do espaço. Por norma não é permitida a instalação de tubulação de gás em cota inferior ao chão, o local precisa ser no nível ou acima do piso, além de ser ventilado”, concluiu o tenente dos bombeiros.
O risco estrutural de desabamento do prédio foi descartado pela Defesa Civil de Florianópolis, porém o hotel segue interditado sem previsão de reabertura. De acordo com a rede Slaviero Hotéis, o estabelecimento está com as operações suspensas por tempo indeterminado para que seja possível realizar todos os reparos necessários.
Em comunicado, a Slaviero Hotéis disse que todos os alvarás, vistorias, atestados e certificados de funcionamento do prédio foram disponibilizados e estavam em dia na data da explosão.
“A causa do acidente será divulgada apenas quando o laudo oficial – ainda sem data prevista – for emitido pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Científica, visando não propagar suspeitas não confirmadas”, explica a rede de hotéis no comunicado.
Na tarde desta terça-feira (17) os bombeiros utilizaram um equipamento conhecido como laser scanner, que digitaliza o ambiente e transforma toda a parte física da estrutura em digital. Novos objetos também foram recolhidos para a análise. Com isso foi liberada a limpeza e o início dos reparos no hotel.
Os hóspedes com entrada até segunda-feira (16) foram transferidos para um hotel parceiro da região e futuras reservas já foram canceladas.
Estado de saúde de uma das vítimas inspira cuidados
Uma funcionária do hotel sofreu queimaduras de 1º e 2º grau. Ela está internada em estado grave e em coma induzido na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Governador Celso Ramos, mas de acordo com o médico responsável, embora o estado seja grave, a paciente está estável e a expectativa de recuperação e evolução é de médio a longo prazo.
A segunda pessoa ferida, uma passante que teve um corte no pé por conta do estilhaço de vidro, foi atendida logo em seguida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e liberada.
Relembre o caso
A explosão foi registrada na tarde deste domingo (15) no Slaviero Baía Norte Hotel. Duas pessoas ficaram feridas. Uma delas passava em frente ao hotel, quando foi atingida por estilhaços.
A via sentido Centro e bairro da avenida Beira-Mar Norte foi fechada para o tráfego enquanto o Corpo de Bombeiros Militar avaliava a estrutura.
Segundo informações do hotel, havia 31 adultos e uma criança no hotel, mas poucos apartamentos estavam ocupados no exato momento da explosão.
Por volta das 16h30, com a estrutura do prédio preservada e o local periciado pelos bombeiros e pela Polícia Científica foi autorizada a entrada dos hóspedes para retirada dos seus pertences. Eles foram realocados em outra unidade da rede hoteleira.