O dia 04 de abril de 2021 (domingo) ficou marcado para sempre na história da Corporação, pois neste mesmo dia do ano de 2005 ocorreu o ingresso da mulher no Corpo de Bombeiros do Paraná.
A inclusão do Art 1º, inciso 3º na lei 12.975 de 2000, viabilizou a entrada de mulheres no Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná, uma conquista almejada e esperada durante longos anos.
A escola de formação foi realizada no Centro de Ensino e Instrução - CEI, e contou com a presença de 23 mulheres no início do curso. O curso teve uma carga horária de 1.240 horas/aula, divididas em matérias profissionalizantes como busca e salvamento terrestre, aquático, socorros de urgência, combate a incêndios florestais e urbanos, salvamento vertical e prevenção de incêndios.
O desenvolvimento do curso exigiu muito de todos os alunos, não foi diferente para as mulheres. Isso proporcionou que elas demostrassem toda a capacidade técnica, física, psicológica e intelectual da mulher, além da sua aptidão para exercer a função bombeiro-militar.
Ao longo do caminho, em um ambiente predominantemente masculino houve dificuldades para adaptação. Tais dificuldades foram desde a adequação do espaço físico até o desenvolvimento de tabelas de testes de habilidade específica.
Entretanto, com a participação ativa da mulher na rotina da corporação, foi possível perceber que seu emprego agregaria valor e traria uma nova perspectiva às funções desenvolvidas pela instituição.
Em comemoração à essa data, recebemos depoimentos de algumas das militares da turma pioneira de 2005, para lembrarmos como foi a caminhada dessas mulheres e quanto é grandioso e enriquecedor acompanhar essa trajetória de conquistas ao longo dos anos.
A cabo Juliana Mezzadri Zanello, disse que nesses 16 anos percebeu o quanto aprendeu e ainda aprende em seu trabalho, tornando-se hoje uma mulher profissionalmente realizada. Ela conta que durante o curso todas as mulheres iam ao seu limite físico e psicológico e ao lembrar dessa vivência, agradece a cada uma de suas colegas de curso pelo crescimento que teve com suas particularidades e profissionalismo. Ela finaliza, “Sou apaixonada pelo serviço operacional, tento fazer o meu melhor para cada vítima e cada situação, sempre digo isso em minhas instruções com o pessoal mais novo: trate o próximo como se fosse sua família”.
A cabo Zanello possui os cursos internos de guarda-vidas e socorrista, já atuou tanto na atividade administrativa quanto operacional e atualmente trabalha no 1SGB/ 1GB (Curitiba), auxiliando no dia a dia dos colegas de trabalho.
Outra bombeira militar que faz parte da primeira turma é a capitã Carla Adriana Spak Sobol e que depois passou ao oficialato. Segundo a capitã, a caminhada iniciou há 16 anos, dentro de um universo inteiramente masculino e tendo que mostrar que as mulheres não estavam “tirando” o espaço de ninguém, mas ocupando o seu espaço.
Ela também afirma que tem muito orgulho de ter feito parte desta primeira turma, onde temos bombeiras desempenhando com muita dedicação e competência diversas funções dentro e em lugares estratégicos para o crescimento de nossa Corporação.
A capitã Spak deixa uma mensagem para as gerações futuras: “nunca desistam de lutar por aquilo que acreditam e nunca esqueçam que a nossa missão é de muito amor e dedicação, pois nosso lema é salvar”. Atualmente a Cap. Spak está de licença maternidade, mas ocupava a função de Comandante do 3ºSGB/2ºGB (Irati).
Possui os cursos de guarda-vidas, socorrista e Curso de Operações em Combate a Incêndio. O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná parabeniza todas as mulheres que fizeram parte desse momento histórico, pois a partir dessa data, foi possível abrir caminhos para que novas mulheres pudessem realizar seus sonhos e serem bombeiras militares do Paraná, desenvolvendo as mais variadas funções em nossa instituição.