A polícia começou a ouvir, na segunda-feira (21), funcionários da Whiskeria Quatro por Quatro, que foi destruída por um incêndio, na sexta-feira (18), no Centro do Rio. Os bombeiros que atuaram no combate ao incêndio também serão ouvidos, mas ainda não há data confirmada para os depoimentos.
Quatro bombeiros morreram a tentar apagar as chamas no local, sendo três deles na sexta-feira. E um na madrugada de domingo (20).
Na manhã deste segunda-feira, três dias depois do incêndio, bombeiros registraram um foco de fogo no terceiro andar do prédio. A corporação chegou ao local por volta das 7h40, depois de receber um informe pela central de atendimento. Rapidamente, tudo foi controlado.
No domingo (20), a polícia realizou uma perícia de cerca de três horas no prédio, mas o trabalho ainda não foi totalmente concluído, pois existem pontos que correm risco de desabar. O fogo teria começado no depósito do estabelecimento.
Laudo preliminar aponta como causa das mortes a asfixia por fumaça. No domingo, corpo do sargento Rafael Magalhães Frauches Alves, 38 anos, foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, Zona Oeste do Rio. Quarta vítima do incêndio, ele morreu na madrugada de domingo no Hospital Central Aristarcho Pessoa (HCAP), no Rio Comprido, na Zona Norte, onde estava internado em estado grave.
No sábado (19), os corpos do 2º sargento Geraldo A. Ribeiro, do cabo José Pereira de S. Neto e do cabo Klerton G. de Araújo foram sepultados no Rio de Janeiro.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o capitão David Mont`serrat Vieira da Cunha, ferido no incêndio, teve alta na manhã desta segunda-feira. O capitão Thiago Agostinho Dias já tinha recebido alta anteriormente.
O governador Wilson Witzel garantiu que os equipamentos estavam em dia.
“Eles precisam levantar elementos e colher dados do local, ouvir as testemunhas que também estavam lá. Ouvir os colegas que os socorreram. Tudo isso é um quebra-cabeça que precisa ser montado. A questão de falha de equipamento é uma situação pouco provável, porque todos os equipamentos estavam na validade”, disse o governador.
O incêndio começou às 11h25 de sexta-feira. Depois de esvaziarem o prédio, os bombeiros entraram. Três deles morreram durante o trabalho: os cabos Klerton de Araújo e José Pereira Neto e o sargento Geraldo Ribeiro. Além da investigação da polícia, o Corpo de Bombeiros abriu uma sindicância para apurar o que houve.
O comandante da corporação disse que a suspeita é que os militares tenham sido surpreendidos pela fumaça e tiveram dificuldades para sair. O delegado José Luís Duarte, que investiga o caso, disse que o primeiro combate ao incêndio foi feito por funcionários da boate. E que as primeiras informações apontam que o fogo começou num depósito de materiais descartáveis.
“A investigação vai continuar com a ressalva, que o proprietário do estabelecimento vai contratar uma empresa especializada para fazer o escoramento. A retirada do material que está dentro do prédio vai ser acompanhada pela polícia, na figura do perito. A gente vai buscar junto a esse resíduo algum material que possa vir a corroborar mais ainda a nossa opinião, a nossa linha de investigação. E ajudar a saber onde começou o fogo”, disse o delegado.
Fonte: Cristina Boeckel, Eduardo Tchao e Larissa Schmidt