Um elemento dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, Braga, foi atingido com um tiro de caçadeira quando combatia um incêndio de grandes dimensões provocado por uma queimada descontrolada.
O incidente ocorreu ao princípio da noite de sexta-feira quando os bombeiros combatiam um incêndio florestal, com três frentes ativas, que estava a lavrar na localidade de Bemposta, da freguesia de Aboim da Nóbrega, concelho de Vila Verde, na sequência de uma queimada que se descontrolou.
João Gonçalves, de 27 anos, solteiro, residente em Portela das Cabras, Vila Verde, foi atingido na perna direita pelos estilhaços de um disparo de espingarda caçadeira, quando se preparava para combater o fogo.
Transportado ao Hospital de Braga, saiu do Serviço de Urgência às 00.07 horas deste sábado, segundo constatou o JN no local.
"Não há palavras para tentar justificar como é que alguém de forma cobarde resolve fazer um disparo contra alguém (...) que está ali para ajudar", considerou Luís Morais, comandante em exercício dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, à porta do Hospital de Braga. "Ninguém entende isto", sublinhou.
Luís Morais confessou ainda "uma revolta muito grande" por na origem do incêndio estar uma queimada que se descontrolou, tal como aconteceu num outro fogo em Pinhal, a oito quilómetros de distância, com duas frentes ativas. "Estas duas queimadas começaram às 17 horas", disse.
"Só em abril - e choveu com alguma intensidade - tenho 25 ocorrências no meu concelho provocadas por queimadas descontroladas", acrescentou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde. "A legislação é clara: fazer uma queimada requer uma licença, carece de faixas de segurança, carece de meios de autoproteção e devem ser feitas de manhã", afirmou Luís Morais.
Até ao momento ainda não há nenhum detido devido aos disparos de caçadeira, mas a Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária de Braga já está a ouvir várias pessoas da aldeia, para onde também foram mobilizados militares da GNR de Vila Verde e do Destacamento de Intervenção do Comando da GNR de Braga.
Fonte: Joaquim Gomes / Jornal de Notícias