A Ilha do Mel é um dos pontos mais procurados do litoral do Paraná, seja para aproveitar a natureza em um ambiente acolhedor ou para conhecer a região, que tem atrativos turísticos como o Farol das Conchas, a Gruta das Encantadas e a Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres, cujos canhões que protegiam Paranaguá na era imperial ainda atraem a atenção dos visitantes. Isso sem falar das praias em Nova Brasília e Encantadas, com opções de agito na beira do mar ou de sossego em espaços mais reservados. No carnaval, inclusive, a ilha fica lotada de foliões, que têm muito mais do que bloquinhos e músicas para aproveitar.

Curtir a Ilha do Mel com toda segurança, no entanto, demanda alguns cuidados especiais. “A Ilha do Mel é um local muito bonito, apresenta vários pontos turísticos, porém tem riscos específicos daquela área que exigem um cuidado redobrado dos seus visitantes, por conta da localidade da ilha e também de uma eventual necessidade de socorro exigir um tempo maior de resposta”, explica a capitã Débora Kolossoskei, responsável pela comunicação do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) no litoral neste Verão Maior Paraná. Em dias de chuva, os cuidados precisam ser redobrados. 

Uma questão importante durante os passeios é a tábua das marés. Durante os períodos de maré alta o visitante pode enfrentar dificuldades em determinados locais. É o caso da Gruta das Encantadas, cartão-postal natural da ilha. “É interessante conversar com os guarda-vidas na região para saber se é um horário adequado. Com a maré um pouco mais alta, o banhista pode ser surpreendido e acabar puxado por uma corrente de retorno mais forte, prejudicando seu passeio”, explica a capitã. Além disso, quando a maré sobe, o acesso para a entrada e a saída da gruta fica bastante prejudicado.

Não é só nesse ponto geográfico que a altura da maré se faz relevante. Há caminhos que também são diretamente impactados por essa questão. “Há várias praias dispostas entre o lado de Encantadas e o lado de Nova Brasília. E algumas divisões dessas praias têm morros com pedras, principalmente na região da Praia do Miguel. Fazer uma passagem segura depende da maré”, conta a capitã do CBMPR. Além de deixar as rochas mais lisas, o mar agitado e alto também pode derrubar e até arrastar o visitante, causando um acidente mais grave. O mais indicado é não se arriscar.

Mesmo em condições mais favoráveis, atravessar esses espaços rochosos tem seus perigos. O limo que forma nesse tipo de ambiente é escorregadio. O sol forte também pode deixar o chão bastante quente. Além do próprio formato das pedras, que pode ocasionar ferimentos. Desse modo, o ideal é usar tênis, pois estes dão mais firmeza e proteção aos pés. O cuidado com idosos e crianças também deve ser ampliado. Até porque alguns trechos demandam maior perícia, equilíbrio e força.

Roteiro e proteção — O calçado adequado é tão importante quanto passar filtro solar, vestir roupas confortáveis e garantir boa quantidade de água para o passeio. Como os turistas nem sempre conhecem o local e os trajetos, não é raro que eles tenham dificuldades de encontrar o caminho desejado ou que subestimem o tamanho da caminhada, bem como a intensidade do sol na rota escolhida. Segundo a capitã Kolossoskei, “é comum encontrar banhistas que desconhecem a região e acabam precisando de apoio para retornar à sua origem porque não conseguem finalizar o passeio, em virtude da exaustão”. Assim, é também prudente se informar bem dos trajetos antes de sair para caminhar.

Cansaço não é o único inconveniente que pode atrapalhar um passeio que deveria ser de tranquilidade. “A Ilha do Mel tem a sua fauna característica, o que inclui animais peçonhentos, como cobras. Como é um local um pouco mais distante dos centros urbanos, se alguém precisar de um atendimento mais especializado pode levar um certo tempo. Por isso, é interessante que durante as trilhas os turistas estejam bem atentos ao caminho e tomem muito cuidado com relação a esses animais”, orienta a capitã. Caso uma cobra seja avistada, mantenha uma distância segura até que ela deixe o local. Se for o caso, afaste-se lentamente, sem movimentos bruscos. O animal só vai atacar se sentir alguma ameaça. Se isso acontecer, é recomendável, se possível, levar o animal ou uma foto do mesmo para identificar a espécie e agilizar o tratamento.

Durante a estada na Ilha do Mel, o turista também pode realizar diversos passeios de barco, seja para ver os mamíferos que dão nome à Baía dos Golfinhos, visitar outras ilhas ou mesmo ter uma visão panorâmica das atrações do local. Nesses casos, além dos cuidados com trajes, hidratação e proteção solar, é importante sempre usar coletes salva-vidas. O item é indispensável em todas as embarcações, inclusive na travessia de ida e volta do continente para a ilha.

Local de banho — Já para entrar no mar para se refrescar, a dica é a mesma das demais praias do Paraná. “A nossa orientação principal é de que o banhista procure tomar banho numa área protegida por guarda-vidas. Na Ilha do Mel, temos dois postos de guarda-vidas, um na Praia de Fora, em Nova Brasília; e um na Praia de Encantadas, próximo à Gruta. Converse com os guarda-vidas sobre as condições do mar. E não esqueça de colocar as pulseirinhas de identificação nas crianças para evitar que elas se percam”, diz a responsável pela comunicação dos bombeiros no litoral na temporada de verão 2023/2024. Ela lembra ainda que a ingestão de bebida alcoólica é contraindicada para quem vai entrar no mar.

Outro ponto que vale destaque é que, além do apoio dos bombeiros militares, o turista pode recorrer também, em caso de necessidade, às duas unidades de saúde existentes na Ilha do Mel. Uma fica na região de Encantadas e a outra em Nova Brasília.

Cuidado também na travessia – Para se chegar à Ilha do Mel é preciso embarcar em balsas, que podem ser acessadas em dois pontos do litoral paranaense, Pontal do Sul e Paranaguá, ou em táxis náuticos, a partir de Pontal. É fundamental que o passageiro utilize apenas as embarcações autorizadas. Em caso de dúvidas, é possível consultar a lista dessas embarcações no site da Agepar (Agência Reguladora do Paraná): https://www.agepar.pr.gov.br/Pagina/Travessias-maritimas-Ilha-do-Mel. O embarque também só deve ser realizado nos dois terminais oficiais. Nunca se arrisque em transportes irregulares.

Saindo de Paranaguá, a duração da travessia por meio da balsa é de 1h30. Já optando por Pontal do Sul, o tempo é bem menor: 30 minutos. As passagens podem ser compradas nos terminais de embarque, ou via internet, pela Abaline, com ida e volta custando entre R$ 44,18 e R$ 80 por pessoa, dependendo do ponto de partida. Não compre passagens fora desses pontos oficiais e lembre sempre de colocar a pulseira adquirida junto com o bilhete. Ela comprova que o turista comprou a passagem nos postos de venda oficiais e ajuda a controlar a quantidade de visitantes na ilha - o limite de ocupação atual é de 5 mil pessoas.

Serviço

Terminal Aquaviário Público de Pontal do Sul: Rua Alameda do Café, sem número - Ilha do Mel, Pontal do Paraná - PR, 83255-000

Terminal de embarque Paranaguá: Rua General Carneiro, 290 - Centro Histórico

Verão Maior Paraná - O Verão Maior Paraná reúne uma série de ações voltadas aos veranistas e moradores dos municípios do Litoral, além de Porto Rico e São Pedro do Paraná, no Noroeste. São atividades esportivas e de lazer que englobam aulas de ginástica, dança, caminhadas, recreação infantil, shows, torneios e competições nacionais e internacionais, programação inclusiva e educação ambiental. A agenda completa pode ser consultada no site www.verao.pr.gov.br.