Ao passo que as demais polícias e corpo de bombeiros militares Brasil afora procuram se modernizar em suas estruturas e legislações, as corporações da Capital da República parece ter se estagnado no tempo.
 
A mais recente comprovação do que falo acima foi a aprovação de dois Projetos de Lei (PLs Nº 22.001/2016 e 22.002/2016) pela Assembleia Legislativa no Estado da Bahia, onde as praças nas graduações de soldados e sargentos poderão ascender ao oficialato das corporações até o posto de tenente coronel.
Pelos Projetos, as vagas para os oficiais administrativos da corporação que antes eram de 454, aumentaram para 1260 vagas. Só para 1º Tenentes serão 1017 vagas. Para os Bombeiros Militares os números de vagas aumentou na mesma proporção.
 
A aprovação dos Projetos só foi possível porque parlamentares ligados às corporações se dedicaram e entenderam os anseios das categorias. O deputado estadual Prisco, oriundo da classe, foi a voz firme para a aprovação dos Projetos. Até mesmo o trancamento de pautas foi utilizado para que os Projetos dos PMs e Bombeiros fosse aprovado, com as emendas apresentadas, já que sua redação original traria prejuízos incalculáveis e irreparáveis às categorias.
 
Para se ter noção do prejuízo, na redação original, o acesso ao oficialato só seria permitido a Praças que tivessem curso superior. Tal dispositivo foi alterado de
forma que as Praças de nível superior passam a ter condições de acesso ao oficialato em quaisquer circunstâncias e todos os quadros.
Com isso, o acesso ao QOA (Quadro de Oficiais Administrativos) será realizado através de promoção por antiguidade, para os Subtenentes, e através de aprovação em processo seletivo interno de prova, para os Subtenentes e Sargentos com CAS, em igual proporção (50% por antiguidade e 50% por prova);
 
ACESSO AO POSTO DE TENENTE-CORONEL
 
Será possível o acesso no QOA até o Posto de Tenente-Coronel, para os militares que possuam a graduação de nível superior. Para quem não possui nível superior, será possível alcançar até o Posto de Capitão.
 
Enquanto as policiais militares do país andam de Ferrari, a Polícia Militar de Brasília parece dirigir um Gordini 1963, com motor fundindo e lataria completamente apodrecida. Um sem número de associações de classe que nunca se entendem quando os interesses é o coletivo, não consultam as categorias para tomar decisões e vivem sob a crença de palavras que nunca são cumpridas pelos governantes, aliado a um governo sem nenhuma disposição para reconhecer que a valorização desses profissionais de segurança pública é urgente e necessário, tornam-se obstáculos quase que intransponível num processo de valorização.
 
A falta de representação política (em 2014 foram centenas de candidatos), a desunião que ainda perdura, a vaidade exacerbada de muitos e que não serviu de exemplo no passado, hoje reflete a penúria que as corporações estão vivendo. Sem uma voz no parlamento e dependendo de boa vontade e migalhas de parlamentares civis, tudo caminha para uma repetição do fracasso de 2014.
 
Dezembro está se aproximando e, ao que parece, nem mesmo a redução de interstício para as promoções deve acontecer. A crise econômica e a má utilização dos recursos do Fundo Constitucional são os argumentos que provavelmente serão usados para mais um ano de frustrações a tantos que aguardaram essa data.
 
Que Deus tenha misericórdia!
 
Da redação, com informações da Ascom ASPRA/Juazeiro
Por Poliglota… / Fonte: Bombeirosdf