O prédio atingido por uma explosão na madrugada desta quinta-feira (4) em Porto Alegre corre risco de colapso, segundo avaliação dos bombeiros. Nove pessoas ficaram feridas, das quais duas em estado grave. O local foi interditado.

O comandante regional metropolitano do Comando Rodoviário da Brigada Militar, Ricardo Mattei, explicou que a parte lateral da estrutura foi comprometida. Um piso desabou e outro foi comprometido.

"Somente a partir do laudo técnico de engenharia que vai dizer se ele pode ser reconstruído porque existe o risco iminente de colapso desse ponto a estrutura", diz.

"E aí pode ocorrer que nós chamamos de efeito cascata que na parte que não está comprometida, acaba sendo afetado pela parte que está comprometida. No caso de de colapso estrutural da queda desse desse desse material", descreve o comandante.

Segundo a Defesa Civil, durante a tarde, moradores de unidades afastadas do prédio atingido foram autorizados a retornar. O local afetado e prédios ao redor dele seguem isolados.

Suspeita de vazamento de gás

A suspeita é de que a origem da explosão em um prédio na Região Norte de Porto Alegre tenha sido o vazamento de gás GLP em um fogão que estava dentro de um apartamento no terceiro andar da torre 10.

"Vocês viram que, até o quarto bloco (andar), praticamente, teve as vidraças estilhaçadas por conta da onda de choque da explosão", conta Mattei.

Ele explica que isso sugere que o vazamento começou a partir desses andares e, já que o GLP é um gás pesado, afetou os andares inferiores.

"Nós temos ali, digamos, um epicentro da explosão, pois esse epicentro não significa que o vazamento esteja nesse local, mas ele conseguiu armazenar num espaço confinado a mistura mais ideal pra explosividade desse gás, então que deve ter sido justamente ali no terceiro piso", diz Mattei.

Sobre o vazamento ter sido em um fogão, a suspeita se justifica porque cada um dos apartamentos tinha apenas uma saída de gás, que fica na cozinha.

"A gente trabalha aqui com a hipótese desse vazamento de fato ter ocorrido num fogão, essa é a intenção inicial que se tem por conta da falta de gás que houve no dia anterior. Então, pode ter acontecido de alguém ter aberto o registro e não ter fechado o registro e saído de casa e aquele gás ficou, ele continuou dando então esse esse vazamento", explica Mattei.

Mattei relata que não é necessário um grande volume de gás para causar "um grande estrago". Ele afirma que "é literalmente uma bomba", que só "precisa de um centelha" para explodir, centelha essa que pode ser causada por praticamente "qualquer coisa".

"Parte elétrica, estática, tecido, roupa, celular, qualquer coisa", diz.

É por isso que ele avalia que alguém próximo do local que originou a explosão deu início ao que aconteceu.

Perícia

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) está responsável pela análise que vai apontar o que de fato aconteceu – e como. Um prazo para a conclusão da perícia não foi divulgado.

Até lá, a torre 10, onde houve a explosão, está interditada. Houve o desabamento de um piso e o comprometimento de outro em um andar superior. Conforme o bombeiros, a situação é de "risco iminente de colapso". Por conta disso, as áreas próximas da torre também foram esvaziadas.

A construtora do condomínio é a responsável pelo laudo que vai apontar se a estrutura do prédio atingido vai poder ser reconstruída ou se o edifício precisará ser demolido. Análise parecida será feita para avaliar a possibilidade de retorno dos moradores ao condomínio. Um local provisório deve ser viabilizado pelo condomínio para que eles fiquem até que haja a definição.

O condomínio tem cerca de 440 apartamentos e está localizado na Rua Inocêncio de Oliveira Alves, próximo à esquina com a Rua João Fázio Amato.