Dez presos que estão na carceragem do Palácio da Polícia, na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre realizaram um motim na tarde deste domingo (11). O grupo protestou contra o acúmulo de detidos no local, sem previsão de transferência a presídios, e queimaram papelões. O fogo foi rapidamente controlado e ninguém ficou ferido.
A outra delegacia de plantão na Capital, a 3ª DPPA, já está com sete presos. Segundo o delegado de plantão Francisco Antoniuk dos Santos, da 2ª DPPA, os internos ameaçam matar novos presos que possam sem colocados no local. Ele diz estar preocupado caso novos presos em flagrante sejam apresentados na unidade.
Um dos presos está na unidade desde o dia 6 de setembro. Os papelões queimados eram utilizados como camas, já que não há infraestrutura nas carceragens para que presos passem mais de 24 horas no local. Também não há chuveiro ou sanitários.
A situação atrapalha o trabalho da Brigada Militar, que não tem onde deixar os criminosos detidos nas ruas. Nesta tarde, um Honda Cit roubado foi recuperado após perseguição na Avenida Juca Batista, na zona sul. Dois homens foram detidos, mas quando os brigadianos os levaram até o Palácio da Polícia, foram informados que não tinha onde deixar os criminosos. Por isso, os dois PMs do 21º BPM aguardaram quase cinco horas até que se encontrasse uma vaga para bandidos presos após roubo de veículo.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) admite o problema de superlotação em presídios. Diz que mantém plantões aos finais de semana para acelerar a liberação de vagas. No entanto, a demora para surgimento de vagas em presídios se dá pelo "tramite de analisar possíveis progressões de regime que legítima uma soltura, sendo este um trabalho detalhado da execução penal". O órgão afirma também que trabalha em conjunto com o Poder Judiciário.
Fonte: Rádio Gaúcha