O uso de artigos pirotécnicos em uma festa em Jurerê Internacionalna noite de domingo (14) causou repercussão em Florianópolis. Imagens feitas durante um show da Banda Eva na casa Cafe de La Musique mostram pelo menos nove garrafas de bebidas sendo carregadas para o alto com velas faísca acopladas.
O uso de material proibido é prática comum nas casas noturnas de Santa Catarina. A informação é do comandante da Operação Veraneio do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, coronel César de Assumpção Nunes. Segundo o coronel, que viu as fotos encaminhadas pela nossa reportagem, o ato é irregular.
— O ambiente é fechado, tem cobertura, há aglomeração de gente. Além de incêndio, um pequeno fogo provocado pelo artefato na roupa ou cabelo de alguém já pode provocar pânico, e a correria vira uma tragédia — concluiu.
O fato em SC ocorre quase cinco anos após a tragédia que matou 242 pessoas na Boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Naquele caso, foi usado um sinalizador, material diferente da vela faísca.
Se a ação for flagrada pela equipe de fiscalização, o estabelecimento está passível de fechamento, de acordo com o comandante. O problema, segundo ele, é que quando os bombeiros vão até o local, as administrações das casas negam o uso do material e nada é encontrado.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Jogos e Diversões da Capital, vai abrir um procedimento administrativo para apurar o uso dos artefatos na boate. Essa apuração, segundo o delegado Marcos Assad, pode embasar a decisão do Corpo de Bombeiros de interditar ou não o estabelecimento caso seja constatada alguma irregularidade.
Pela assessoria de imprensa, o Café de La Musique afirma que tem todas as licenças dos bombeiros, o local é aberto, tem mais saídas de emergência do que a lei exige e os materiais utilizados não são inflamáveis.
Fonte: DC / Ricardo Igor