As 3.945 mortes em homicídios e latrocínios, ocorridas desde o início do atual governo estadual, segundo as entidades de Segurança Pública, foram lembradas na manhã desta quinta-feira durante manifestação realizada no Centro de Porto Alegre. O protesto, que usou cruzes para simbolizar as vítimas da violência no Rio Grande do Sul, cobrou uma política séria para o tema, com investimentos e contratação de funcionários.

“Não queremos uma política de faz de conta. O decreto de contingenciamento não foi revogado para a área, É um absurdo”, criticou. Nem a primeira e nem a segunda fase do plano estadual de Segurança Pública saíram do papel. Tudo é factóide", disse o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Isaac Ortiz. "A onda de violência não se resolve em gabinete com portas fechadas, mas com todas as entidades de classe e com a sociedade”, acrescentou.  

O presidente da Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs), Flávio Berneira, explicou que o objetivo foi chamar a atenção da sociedade para o número elevado de vítimas dos criminosos como reflexo da atual política estadual de Segurança Pública.

Berneira adiantou que as entidades de classe pretendem pedir uma audiência com o novo secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, empossado nesta quinta-feira no cargo. Ele lembrou que uma das três prioridades anunciadas na semana passada por Cezar Schirmer foi a abertura de novas vagas no sistema prisional. Na sua avaliação, a medida exigirá a contratação de mais agentes penitenciários. “Temos um déficit de 3 mil servidores. Não tem sentido abrir vagas e não contratar servidores”, observou o presidente da Amapergs Sindicato.

Cruzes espalhadas e balões soltos 

A manifestação realizou ainda uma caminhada, organizada pelo bloco da Segurança Pública, entre a Esquina Democrática e a Praça da Matriz. No trajeto, foram espalhadas as cruzes que simbolizavam as vítimas da violência e no ponto final da passeata milhares de balões foram soltos. Houve ainda a distribuição de panfletos denunciando a situação crítica da Segurança. Servidores da Polícia Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Superintendência dos Serviços Penitenciários e Instituto-Geral de Perícias participaram do ato público intitulado “Chega de violência!”

Fonte: Correio do Povo /  Foto: Eduardo Paganella / Rádio Guaíba / Especial / CP