Há quatro anos, um incêndio destruiu parte de um dos principais cartões-postais de Porto Alegre. De lá para cá, o Mercado Público passa por obras de restauração, que até agora não foram concluídas.

Apesar da aparência de novo, paredes pintadas e cobertura reforçada, o segundo andar do prédio segue interditado. As explicações para a demora são buracracia e falta de recursos. Segundo a prefeitura da capital gaúcha, são nescessários R$ 2 milhões para a realização das obras estruturais exigidas pelos bombeiros.

A prefeitura alega que não tem dinheiro e aguarda uma resposta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que já pagou boa parte da reforma por meio do PAC Cidades Históricas, o investimento foi de R$ 10 milhões.

O projeto da segunda etapa de obras, que contempla o segundo andar do prédio, foi enviado pela prefeitura ao Iphan em maio de 2017 e está sendo analisado. O instituto diz que já tem reservado R$11 milhões para a nova etapa de recuperação.

Embora o prédio seja tombado pelo município, e não pelo Iphan, o instituto garante que, devido à comoção causada pelo incêndio em Porto Alegre, já solicitou mais R$ 23 milhões à Direção do PAC, em Brasília, para análise de viabilidade financeira.

Parceria público-privada

Além disso, a prefeitura da capital aponta como alternativa a possibilidade de uma parceria público-privada no intuito de mudar o modelo de administração do Mercado.

"Existe a possibilidade, em função de reclamatórias trabalhistas que a prefeitura pagou, dos permissionários realizarem essa obra, em função da responsabilidade existente no passado. E existe a possibilidade de contrapartida de investimento", explica o vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim (assista ao vídeo abaixo).

A Associação do Comércio do Mercado Público Central é contra essa medida e tem outra proposta: levantar recursos para bancar as obras do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e, em troca, assumir a gestão dos serviços de limpeza, manutenção e segurança - o que já ocorreu no passado.

"Nós já tivemos essa experiência e queremos trazer de volta isso para nós, para gerir bem e não onerar nem o município e nem os permissionários", justifica a diretora do Mercado Público, Adriana Kauer.

Enquanto nada se resolve, os restaurantes que ficavam dentro da parte fechada estão funcionando em um espaço apertado que era destinado a eventos.

Os banheiros, que só existem no segundo andar, não podem ser usados por quem tem dificuldades de locomoção, já que os elevadores estão quebrados e as escadas rolantes também não funcionam.

"O movimento da parte superior do Mercado dimuniu e faz com que o movimento do Mercado diminua. Preocupa bastante. O Mercado é um espaço que precisa ser cuidado e ser observado", pontua o presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central, João Alberto de Melo.

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Fonte: G1RS