O Corpo de Bombeiros recebeu mais um reforço nessa terça-feira (31) para combater os incêndios no Pantanal mato-grossense e agora conta com o apoio de quatro aviões. Os incêndios em duas áreas da região já duram cerca de duas semanas.

Mais de 40 mil hectares de vegetação já foram destruídos pelo fogo em Cáceres (MT), na fronteira entre Brasil e Bolívia, e 9 mil na região da Rodovia Transpantaneira, que liga os municípios de Poconé a Porto Jofre.

Uma pista de pouso foi improvisada próximo ao local dos incêndios. A fonte d’água para encher os 1.800 litros de cada aeronave vem do Rio Pixaim.

Além dos aviões que estão lançando água sobre locais com maior incidência de fogo, 68 bombeiros militares e civis e 19 brigadistas estão trabalhando na operação de combate.

A Secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema-MT), ICMBio, brigadistas do SOS Pantanal e caminhão-pipa enviados pela empresa Águas Cuiabá, além dos pantaneiros, também trabalham para apagar o fogo.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde o início, foi realizado o alijamento de mais de 261 mil litros d’água em locais estratégicos para diminuir a velocidade das chamas que se espalham.

Dificuldades

A dificuldade de acesso e as distâncias são alguns dos fatores que desafiam as forças-tarefas de combate ao fogo na região de fronteira.

Ida Beatriz Machado de Miranda Sá, do Sindicato Rural de Cáceres, explica que a falta de água devido ao período de estiagem tem prejudicado o trabalho dos bombeiros.

Já na região da Transpantaneira, a suspeita é que o incêndio tenha sido criminoso. Segundo os bombeiros, o combate aos incêndios naquela área é extremamente difícil por possuir poucos acessos/estradas, pela vegetação alta, bem como seca, e por ser uma área com muitos brejos.

Um ano após maior incêndio da história

Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares. 26% do bioma - uma área maior que a Bélgica - foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram.

Em Mato Grosso, quase 2,2 milhões de hectares foram destruídos e, em Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares, virou cinzas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a precipitação dos últimos meses na bacia do alto Paraguai ficou abaixo do esperado. O Pantanal não tem uma “cheia” há três anos.