Rio — Após o empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio, defender a desburocratização do licenciamento de grandes eventos, o Corpo de Bombeiros informou que o estado avalia antecipar a emissão da autorização da corporação, só liberada após vistorias em estruturas prontas. Como ressalta Medina, esse aval só é dado às vésperas dos eventos, sendo que a retirada das licenças da prefeitura dependem dele. Além de correria, esse trâmite, afirma o empresário, provoca insegurança jurídica entre aqueles que querem investir em entretenimento no Rio e hoje encaram uma verdadeira “operação de guerra” junto a mais de uma dezena de órgãos públicos.

Medina, que falou sobre o assunto na última segunda-feira, durante o seminário “Reage, Rio!”, já havia levado a ideia ao governador Wilson Witzel. Para ele, a mudança pode ser um primeiro passo para tornar o ambiente menos complexo ao empresariado e mais favorável à criação de um calendário de eventos, visto pelo idealizador do Rock in Rio como uma das únicas saídas a curto prazo para a crise no estado.

— Hoje, para você tirar as licenças da prefeitura, você precisa ter o laudo do Corpo de Bombeiros. Acontece que esse documento só é liberado quando a obra está acabada, três ou quatro dias antes de o evento começar. É sempre um loucura — afirma Medina, dando o exemplo do Rock in Rio: tanto a organização central quanto os mais de 600 operadores que atuam no festival ficam aguardando o aval da corporação para correr aos órgãos municipais. — Já sugeri que, dois meses antes do evento, o responsável técnico da obra assine a lista de exigências dos bombeiros, permitindo que se tire as licenças da prefeitura com tranquilidade.

Pela proposta, com a estrutura pronta, bombeiros retornariam ao local do evento para inspecionar e checar se os compromissos foram, de fato, cumpridos.