Militares do Corpo de Bombeiros atuaram por mais de 20 horas no resgate do corpo de um homem de 52 anos, soterrado em São Sebastião. O acidente aconteceu no fim da tarde de sábado (12) e a vítima morreu no local. A operação foi suspensa às 19h desta segunda-feira (14), e deve ser retomada na manhã de terça (15).

Testemunhas disseram que Raimundo Nonato dos Santos foi contratado para fazer uma cisterna em uma casa, na região de chácaras conhecida como Morro da Cruz. De acordo com os moradores, a vítima não usava equipamento de segurança, e quando foi ajustar as manilhas no poço, “se desequilibrou e caiu”.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o poço está localizado em um ponto com "risco de desabamento iminente". Durante todo o dia, os militares cavaram, à pedido da Defesa Civil, um buraco de 14 metros de profundidade, paralelo à cisterna. O corpo de Raimundo Nonato está soterrado à 25 metros, submerso pela água do poço.

À reportagem da Tv Globo, o irmão da vítima, João dos Santos, contou que Raimundo trabalhava como posseiro há pelo menos oito anos. O familiar se refere ao acidente como “pior momento da vida”.

 

Operação de resgate de corpo que caiu em cisterna em São Sebastião, no DF.

Fiscalização

Na região onde está localizada a chácara, é comum ver poços e cisternas como o que estava sendo cavado por Raimundo Nonato.

No Morro da Cruz em São Sebastião, entre janeiro e julho deste ano, foram 1,2 mil flagrantes de gatos na rede de água – contra 582, no mesmo período do ano passado.

Procurado pela reportagem, o gerente de fiscalização da Caesb, Geraldo Donizeth, afirma que tem feito um monitoramento por satélite pra combater ligações clandestinas.

 

“A população descobre por onde essas redes passam, perfuram o solo, localizam a rede e dali elas derivam ramais pra fazer o consumo não autorizado dessas águas.”

 

Segundo o técnico da Caesb, as irregularidades têm crescido. As novas ocorrências são registradas na Polícia Civil como furto de água.

Desocupação

Sobre as áreas ocupadas irregularmente no Distrito Federal, a Agência de Fiscalização (Agefis) diz que fez 12 operações de desocupação até julho.

Sobre o mapeamento dessas áreas irregulares, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, afirma que o Morro da Cruz é uma das regiões que está sob o plano de estudos realizado em conjunto com órgãos responsáveis.

“Estamos, neste momento, com a Codhab [Companhia de Desenvolvimento Habitacional] e a Secretaria de Gestão de Território, fazendo um grande estudo sobre as áreas hoje irregulares no Distrito Federal que estão ocupadas de forma irreversível para saber quais são as passíveis de iniciar o processo de regularização”, explica.

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Fonte:  G1 DF

Foto: BMDF/Divulgação