Rio - O Corpo de Bombeiros realizou 1.646 salvamentos marítimos e resgatou 191 crianças perdidas no Carnaval, entre os dias 17 e 21 fevereiro, em todo o Rio de Janeiro. Os militares também reforçaram as orientações sobre afogamentos, com 120 mil ações de prevenção no período. As equipes atuaram no patrulhamento ostensivo do litoral com aeronaves, botes, lanchas e motos-aquáticas e na instrução de banhistas pelos guarda-vidas.
Durante os quatro dias de festa, os bombeiros também abordaram os foliões que passavam pela orla, já que são comuns os casos de afogamentos associados à ingestão de bebidas alcoólicas antes do mergulho. Os militares ainda ficaram posicionados nos acessoas às praias, como saídas de metrô e pontos de ônibus. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Fábio Contreiras alertou sobre a importância dos banhistas respeitarem as bandeiras de sinalização sobre as condições do mar.
"Quando você chegar na praia, procure ficar próximo de um posto de guarda-vidas, lá você poderá ser orientado sobre o melhor local para o banho. Respeite, também, as cores das bandeiras que sinalizam os riscos. Jamais entre no mar em locais de bandeira vermelha, pois lá existem as chamadas as famosas valas, que são fortes correntes de retorno. Prefira sempre as bandeiras verdes e, em último caso, a bandeira amarela", afirmou o major, que ressaltou os riscos do mergulho após ingestão de bebidas alcóolicas.
"Outra coisa muito importante é não misturar bebida alcóolica com o mergulho no mar. Os nosso reflexos ficam mais lentos e o nosso equilíbrio muito prejudicado, o que aumento o índice de afogamentos", alertou o porta-voz, que ainda explicou como prevenir afogamentos e os cuidados que devem ser adotados ao frequentar às praias com crianças.
"Se você for surpreendido por uma vala, não tente voltar para a areia em linha reta, procure flutuar e acenar para os guarda-vidas. Caso consiga nadar, vá para os lados até que você se afaste da vala. Se estiver com crianças, mantenha sempre a atenção, principalmente em dias de praia cheia. Recomendamos o uso de pulseiras que identificam o nome e o telefone do responsável, caso você venha perder as crianças. Durante o mergulho, fique sempre a, no máximo, um braço de distância dos pequenos, isso vai evitar que sejam surpreendidos por uma onda e sejam levados para o fundo", completou.
O maior número de ações no Carnaval foi realizada pelo 3º Grupamento Marítimo (GMAR) de Copacabana, com 814 resgates e 24 crianças perdidas. Depois está o 4º GMAR de Itaipú, com 187 salvamentos e quatro crianças perdidas, seguido do Destacamento de Bombeiro Militar (DBM) de Saquarema, com 102 resgates e sem crianças perdidas. Os três realizaram, respectivamente, 19.474, 32.803 e 5.392 ações de prevenção de afogamentos.
Na última terça-feira (21), a turista Karina Amaro, de 33 anos, que veio de Minas Gerais para passar o Carnaval no Rio, morreu afogada na Praia de Copacabana, na Zona Sul. O Grupamento Marítimo foi acionado às 7h40 para resgatar a vítima que estava no mar, na altura do Copacabana Palace, e conseguiram socorrê-la para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, mas a mulher já chegou sem vida à unidade.
Na ocasião, bandeiras vermelhas estavam na areia indicando alto risco de afogamento. Karina deixou uma filha de 12 anos, que ficou com a avó materna enquanto a mãe viajava. O corpo da vítima foi transportado nesta quarta-feira (22) para a cidade mineira de Juíz de Fora, onde ela morava, e deve ser enterrado nesta quinta-feira (23), no Cemitério Municipal.
Operação Verão
De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde o início da Operação Verão, em 21 de dezembro de 2022, já foram realizados mais de sete mil salvamentos marítimos, 1.533 resgates de crianças e 434 mil ações de prevenções nas praias do estado. O 2º GMAR do Barra da Tijuca é o que fez a maioria deles, com 1.916 resgates e 32 crianças perdidas, seguido do DBM do Recreio dos Bandeirantes, com 1.345 salvamentos e 160 crianças perdidas. Em terceiro lugar está o 3º GMAR, com 1.268 resgates e 875 crianças perdidas. Os três fizeram, respectivamente, 34.348, 27.041 e 85.161 ações de prevenção.