Rio - Um homem morreu após ser atropelado na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, na manhã desta terça-feira. De acordo com a Polícia Militar, a vítima, de cerca de 60 anos, era morador de rua, e a tragédia aconteceu em frente ao Centro Municipal de Saúde (CMS) Dom Hélder Câmara. Testemunhas alegam que nenhum profissional da unidade de saúde prestou socorro ao atropelado nos minutos seguintes ao acidente. A Prefeitura do Rio nega.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para o local por volta das 7h30. Entretanto, quem fez o primeiro socorro foi um médico que passava na via quando voltava de uma academia. Ele fez massagem cardíaca no acidentado. O procedimento prosseguiu com os bombeiros, inclusive com um desfibrilador, mas as manobras não deram resultado.
A motorista que atingiu o morador de rua ficou no local do acidente e acompanhou o socorro. Segundo a testemunha, através do WhatsApp do DIA (98762-8248), nenhum médico do CMS Dom Hélder Câmara saiu para prestar socorro ao homem atropelado.
"Um médico que estava passando pela rua no momento parou para socorrer. Ele estava com roupa de ginástica, jogou a mochila para o lado e começou a massagem cardíaca. Pediu para alguém entrar na clinica e pedir uma máscara de oxigênio. Uma enfermeira chegou a sair de lá, deu a máscara e voltou para dentro", disse, reforçando que esta foi a única participação de um funcionário da unidade no atendimento. O registro do atropelamento foi feito na 10ª DP (Botafogo).
O DIA questionou a Secretaria Municipal de Saúde sobre a denúncia de omissão de socorro. E recebeu a resposta abaixo. Leia na íntegra:
"A direção do Centro Municipal de Saúde Dom Hélder Câmara informa que o atropelamento ocorreu quando a unidade não estava em funcionamento (abre às 8h) e os profissionais ainda chegavam para o trabalho. O primeiro socorro à vítima foi prestado por um médico que passava na hora e presenciou o acidente. Logo se juntaram a ele uma enfermeira do CMS, que voltou à unidade para pegar um desfibrilador (equipamento para reverter parada cardíaca) e outros materiais para o atendimento e, posteriormente, uma médica que estava chegando para o trabalho e sequer teve tempo de vestir seu jaleco. As duas profissionais do CMS Dom Hélder, junto com o outro médico, permaneceram no local, assistindo a vítima, até a chegada da ambulância de resgate do Corpo de Bombeiros.
É importante ainda ressaltar que, em casos de atropelamento, não é indicada a remoção da vítima do local antes da chegada da equipe de resgate do Corpo de Bombeiros, sob risco de agravar as lesões. Os bombeiros têm os equipamentos e treinamento específico para o socorro a essas vítimas, fazendo a devida imobilização para preservar a coluna cervical e os membros, possibilitando assim a remoção com segurança."
Fonte: O Dia