Uma menina prematura, com 17 dias de vida, foi salva na última terça-feira (20) após se engasgar em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. Conforme o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), a bisavó do bebê ligou para o número de emergência e informou que a menina havia se engasgado após mamar e que não estava respirando. A partir daí, o médico do Samu prestou o auxílio por telefone até que se deslocasse ao imóvel da família, com a ajuda do Corpo de Bombeiros, e constatar que a menina havia reanimado.

Ao G1, o médico do Samu, Luciano Fogaça Dias, relatou que a criança que nasceu com 35 semanas vomitou e se engasgou depois de ser alimentada com uma mamadeira. Com isso, o bebê começou a ficar mole, sem conseguir respirar e estava ficando roxa. Tudo isso sem demonstrar nenhuma reação e sem chorar.

Após receber a ligação, Luciano Fogaça percebeu que não possuía nenhuma viatura para ir fazer o atendimento, pois todas estavam em ocorrência realizando o atendimento de pronto-socorro. Posteriormente, ele solicitou uma equipe do Corpo de Bombeiros para que o auxiliasse e se deslocasse até a residência da família para fazer o atendimento ao bebê prematuro.

“Durante todo este período, eu fui indicando por telefone para a bisavó ir falando para o pai da criança como fazer os procedimentos de reanimação no bebê. Então solicitei ao pai que colocasse o bebê de bruços e aplicasse alguns tapas com firmeza nas costas da criança, que são os recomendados nos casos de afogamento ou engasgamento por corpo estranho”, explica.

Segundo o médico, o pai da menina realizou os procedimentos e informou que o bebê não teve resposta depois de diversas chances. Diante disso, o médico Luciano recomendou que colocassem a criança em uma nova posição para realizar outro procedimento de socorro.

“Como ela não se reanimava, eu assumi que o bebê poderia estar em uma parada respiratória ou até mesmo em uma parada cardiorrespiratória. Falei para o pai fazer massagens cardíacas, tampar o nariz dela e assoprar duas vezes para poder fornecer oxigênio na tentativa de reanimar a criança”, conta.

Após repassar essas orientações, o médico relata que uma viatura do Corpo de Bombeiros chegou à sede do Samu e então se deslocaram até a residência da família. Ao chegar no local, Luciano Fogaça explicou que a menina havia se reanimado com as frequências cardíacas e que estava respirando normalmente.

“Com isso, eu a acomodei em uma posição de segurança para não continuar aspirando o vômito. Após examiná-la, constatei que ela possuía poucos ruídos no pulmão, o que leva a crer que provavelmente deve ter aspirado pouca quantidade do vômito e, posteriormente, encaminhamos a menina até o Hospital da Criança, onde ela estava com os sinais estáveis”, conta.

Alerta

O médico alerta aos pais de crianças prematuras que devem ter cuidados com os filhos no momento da alimentação, pois eles possuem a possibilidade de sofrerem com o refluxo, que é uma doença digestiva em que os ácidos dentro do estômago voltam pelo esôfago ao invés de seguir o fluxo normal da digestão.

“Após a amamentação não se deve deitar a criança de forma imediata, deve manter ela no colo ou em pé por pelo menos 30 minutos. Nesse período, ela além de arrotar o leite já deve ter passado pelo estômago e ir para o intestino, onde acaba o risco de ocorrer o refluxo”, salienta.

Fonte:  Jeferson Carlos, G1 Ariquemes e Vale do Jamari