Que os profissionais que atuam no Corpo de Bombeiros de Rondônia precisam estar atentos a qualquer evidência de sinistro isso não é novidade. Agora que existe um corpo técnico que precisa ser constantemente qualificado para atender nas Unidades de Resgate que prestam socorro a vítimas de acidentes é uma informação que nem todos têm conhecimento. E o motivo para a constante qualificação não é dos melhores, afinal a cada dia aumenta o número de acidentes, cujas vítimas precisam de socorro destes profissionais. E um triste dado reforça a necessidade de campanhas de conscientização como Maio Amarelo: a maioria dos acidentes é em decorrência de acidentes automobilísticos.
Estatística realizada pelo Corpo de Bombeiros dá conta que de 2015 até a primeira quinzena de maio foram realizados 3.696 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito não fatais e 40 fatais, em Porto Velho, área de atuação das Unidades de Resgate. No ano passado foram 1.106 acidentes com vítimas não fatais e 13 fatais. Somente este ano, já somam 174 atendimentos de vítimas não fatais e um com vítima fatal. A média é de seis socorro a vítimas de trânsito por dia.
A imprudência é o principal indício que colabora para o registro do elevado número de acidentes, presume o major Iranildo Dias, diretor de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros. “Em muitos casos o motorista parece que está pensando em mil coisas, menos no trânsito. É perceptível a displicência às vezes para pegar um celular, um papel que está no banco carona e até para se precipitar na sinalização. Quem nunca se assustou no semáforo no momento de avançar e de repente percebe que o motorista ou motociclista do veículo a frente na verdade se antecipou e ultrapassou o sinal vermelho?”, questiona. “Por isso convém lembrar que o meio de transporte se for conduzido com segurança é um veículo de segurança, do contrário ele pode se tornar uma arma”, alerta.
Com o crescente número de atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito, uma das prioridades no Corpo de Bombeiros é investir em qualificação técnica. Este ano já foram realizados dois cursos de especialização para atendimento pré-hospitalar e socorro nas Unidades de Resgate. Para este ano está prevista, ainda, a realização de mais dois cursos de salvamento veicular.
Para prestar socorro às vítimas, o Corpo de Bombeiros possui três Unidades de Resgate: duas viaturas (ambulâncias) e um caminhão com equipamentos para fazer o desencarceramento, nome técnico que indica que a vítima ficou presa às ferragens do veículo. Cada viatura conta com dois militares em ação. No total, 70 militares são qualificados e aptos para este tipo de atendimento, no Corpo de Bombeiros.
O capitão Wândrio Bandeira dos Anjos, comandante do 1° grupamento de Bombeiros Militar explica que há casos em que as ambulâncias são acionadas, mas por especificidades do acidente há necessidade do envio do caminhão. “Os casos em que há deformidade no veículo, os militares precisam fazer desencarceramento e criar espaço para prestar socorro à vítima”, detalha.
O equipamento utilizado para prestar este tipo de socorro é chamado desencarcerador, ferramenta responsável por para criar espaço no veículo, ele é composto de motobomba com fluido hidráulico.
De acordo com o capitão, as vítimas mais recorrentes de acidentes de trânsito são motociclistas e ciclistas. “É nítido que estes condutores são os que mais sofrem no trânsito. Em alguns casos por imprudência, seja na ultrapassagem ou porque atravessam cruzamentos de forma rápida. Motocicleta, por exemplo, por ser um veículo rápido, muitas vezes o motorista olha pelo retrovisor e não a visualiza. Faz a conversão e os veículos terminam colidindo”, especifica.
Ele lembrou que dependendo da forma como o motociclista ou ciclista caem dá para ter ideia da maneira que aconteceu o impacto, por exemplo, se caiu de lado, geralmente apresenta fraturas e escoriações nas pernas, braços, cotovelo ou ombro. Nos impactos frontais geralmente a vítima bate a cabeça e às vezes a coluna.
APOIO DAS UNIDADES DE RESGATE
A população pode solicitar apoio do Corpo de Bombeiros por meio do número 193, a ligação é gratuita e também pode ser feita por celulares. O serviço pode ser prestado para outros tipos de ocorrências, até mesmo para levar uma vítima para o hospital, por exemplo. Mas a prioridade são os acidentes de trânsito. “Porque tem a peculiaridade de, em suma, ser de natureza grave. A vítima pode ficar presa às ferragens ou o veículo apresentar deformidades que precisará de ferramentas diferenciadas”, explica o capitão Wândrio.
Mesmo que socorro a outros tipos de acidentes e os auxílios não sejam a atividade fim, o capitão ressaltou que moradores da área urbana e do entorno de Porto Velho, num raio 15 quilômetros, que precisarem podem e devem acionar o 193 e solicitar socorro de uma equipe da Unidade de Resgate.
Fonte: O Nortão