A morte de um homem de 56 anos, registrada na tarde de domingo, 8, no Balneário Monte Alegre, em Vale Verde, em um local não demarcado pelos salva-vidas, engrossa as estatísticas do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) do Rio Grande do Sul. De acordo com o tenente-coronel Isandré Antunes, todas as 13 mortes que aconteceram este ano (até a segunda-feira, 9), ocorreram em locais sem cobertura de guarda-vidas. Na média, revela o chefe de operações do CBM, são 1,4 mortes por dia neste ano.
Ainda segundo as informações do tenente-coronel Antunes, desde o dia 17 de dezembro, quando a Operação RS Verão Total começou, são 27 óbitos em 24 dias, o que representa uma média de 1,12 mortes por dia. Outra análise do oficial é que os afogamentos foram longe das áreas demarcadas pelos salva-vidas e aconteceram em áreas remotas, sempre de difícil acesso.
Destas 27 mortes, apenas uma foi registrada em águas salgadas. Foi no entardecer do dia 31 de dezembro, em Nova Tramandaí. Por volta das 19h, o jovem Bruno Henrique da Silva Lascano, de 22 anos, entrou na água para tentar salvar um amigo, e acabou desaparecendo. O jovem que estava se afogando foi resgatado por um salva-vidas. O corpo de Bruno Henrique só foi localizado no dia seguinte.
Tomar cuidado
Preocupado com os números, o tenente-coronel Antunes alerta para os perigos de se banhar em áreas não demarcadas pelos guarda-vidas. “As pessoas precisam entender que, quando não estão em uma área monitorada, a chance de acontecer alguma coisa que leve ao afogamento é muito alta”.
Outra análise do oficial do CBM é que, nesta época do ano, muitas pessoas usam propriedades privadas, que não têm a presença de guarda-vidas, como cascatas, cachoeiras, corredeiras, córregos. “Ao entrar em um córrego, por exemplo, é aconselhável que o cidadão entre com a água até a cintura e não se banhe, muito menos se jogue de cabeça como muitos fazem”.
A preocupação do tenente-coronel se refere ao fato dos banhistas não saberem o que há no fundo destes córregos e entrarem deliberadamente. Podem haver pedras, galhos ou outros objetos que causem traumas. “E se a pessoa se jogar, a chance de sofrer um acidente é muito maior”, argumenta, ressaltando que há 272 pontos monitorados, espalhados no Estado, com 964 guarda-vidas em atuação.
Cuidado redobrado
O tenente-coronel ressalta a atenção especial que se deve ter com as crianças. “Quanto às crianças, o contato visual deve ser permanente, assim como a companhia de um adulto responsável em qualquer ambiente aquático.” A outra recomendação – para quem está cuidando de crianças ou simplesmente se banhando – é não ingerir bebidas alcoólica antes de entrar na água.
Outra dica se refere ao salvamento de pessoas que estão se afogando. Se a pessoa ingeriu bebidas alcoólicas, nunca deve tentar salvar quem está se afogando. E quem tentar salvar alguém, deve utilizar objetos infláveis ou outros mecanismos que possibilitem o salvamento.
Morte em Vera Cruz
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamentos Aquáticos (Sobrasa) mostram que 52% das mortes de crianças, entre 1 e 9 anos, acontecem em piscinas de residências.
Uma destas vítimas é uma crianã de um ano, que morreu afogada na piscina da casa onde vivia com os pais, em Vera Cruz. A morte aconteceu na manhã de quarta-feira.
Os pais acordaram por volta das 9h e encontraram a criança dentro da piscina. Ainda a socorreram e a levaram ao hospital da cidade, mas ela já estava sem vida.