O Corpo de Bombeiros Militar encerrou nesta sexta-feira (17) as buscas pelo corpo da auxiliar de cozinha Roseli Fátima Stoll, de 38 anos, desaparecida desde o início do mês no município de Concórdia, na região Oeste de Santa Catarina.
A operação se concentrou no lago de uma usina hidrelétrica no interior do município de Alto Bela Vista, a cerca de 10 km do Centro, onde o namorado da vítima e suspeito crime indicou ter dispensado o corpo amarrado a uma pedra.
Foram 10 dias de buscas no lago do rio Uruguai na comunidade de Entre Rios. O ponto indicado pelo suspeito pode chegar a uma profundidade de 25 metros, equivalente a um edifício de 10 andares. Os bombeiros realizaram 15 mergulhos e vasculharam cerca de 100 km do rio durante esse período.
André Germanovix, tenente do Corpo de Bombeiros Militar, explicou que a decisão de suspender as buscas partiu após uma reunião que aconteceu nesta sexta-feira com todos os envolvidos na operação de resgate, com ciência dos familiares de Roseli. “É uma decisão técnica, uma vez que já foi varrida toda área e empregado todos os recursos que temos a disposição para esse trabalho”, justificou.
Os bombeiros contaram com o auxílio de mergulhadores de várias cidades catarinenses, dois botes, cães farejadores, uma câmera subaquática e dois equipamentos de sonar, acoplados embaixo da embarcação. Esse aparelho funciona como se fosse um ultrassom, com o intuito detectar objetos no rio.
De acordo com os bombeiros militares, apesar dos esforços, não foi possível identificar nenhum indício que apontasse onde o corpo de Roseli Stoll estaria.
Investigação
A Polícia Civil concluiu a investigação nesta quinta-feira (16) e revelou que Roseli Stoll pretendia terminar o relacionamento na noite em que foi morta asfixiada com uma cinta. Ela tinha o desejo de ir sozinha para o Paraná visitar seus filhos e o companheiro não concordava.
Para a polícia, o crime foi cometido na noite de 2 de dezembro, entre 21h e 22h, quando gritos foram ouvidos no interior da casa, segundo o delegado Alvaro Weinert Optiz. O então companheiro da mulher confessou o crime e indicou onde jogou o corpo.
Na manhã seguinte, já perto do meio-dia, o homem retirou o corpo de Roseli enrolado em um lençol, levou até seu carro que estava na garagem e foi até Alto Bela Vista. Lá ele teria levado o corpo até o leito do rio usando uma boia. “Há registros de que o carro passou na SC-390 e voltou cerca de 1h30 depois pelo mesmo trajeto.”
“O homem era extremamente ciumento e tinha sentimento de posse sobre Roseli. Ele não permitia que ela se relacionasse com outras pessoas o que demonstra violência de gênero”, acrescentou o delegado.
Ao ser abordado no Rio Grande do Sul, quando tentava fugir, os policiais identificaram que o interior do carro estava molhado, outro indicativo de que ele possa ter realmente ocultado o cadáver na represa da usina hidrelétrica.
O homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com agravante de feminicídio, e ocultação de cadáver. Ele segue preso preventivamente no Presídio de Concórdia. O documento foi encaminhado ao Poder Judiciário onde deve ser analisado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).