Buscando a abertura, pelo menos no próximo ano, de uma nova turma para o curso de formação do Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina, um grupo de excedentes do concurso público de 2017 está organizando uma mobilização pelo Estado. Do concurso do ano passado, 300 aprovados iniciaram a formação e outros 300 ficaram no cadastro de reserva.

Essa mobilização, de acordo com o membro da comissão de excedentes, Luis Henrique Bendlin, visa pleitear, junto ao Governo do Estado, a convocação até novembro de uma nova turma, com os 300 aprovados que estão no cadastro de reserva. “O Corpo de Bombeiros faz parte da segurança pública e o governador disse que não haverá diminuição de recursos nesta área, que também abrange a saúde. Por isso estamos nessa batalha, para que sejamos ouvidos e, se tudo der certo, para que tenhamos nossa reivindicação atendida”, completa.

Bendlin ainda reforça que essa convocação da nova turma precisaria ser feita até o mês de novembro, porque depois disso perderão a validade o exame médico, a avaliação física e a investigação social de cada um dos 300 excedentes. “E refazer todos esses documentos levaria ainda mais tempo e custos, tanto para os aprovados quanto para o próprio Governo do Estado”, argumenta.

A intenção, com todo esse esforço, é diminuir o déficit de efetivo existente no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. “A situação está complicada. Sabemos que pelo plano orçamentário não tem como chamar essa nova turma ainda em 2018, mas estamos batalhando para iniciar pelo menos no ano que vem, já que os 300 novos profissionais que serão formados até o fim desse ano não darão conta de toda a demanda existente”, ressalta o membro da comissão.

CORPO DE BOMBEIROS SE MANIFESTA

A respeito do assunto, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina emitiu um posicionamento oficial, alegando que, com o curso de formação de soldados que está em andamento em oito cidades catarinenses, a previsão é que 300 novos profissionais sejam formados até novembro, já ficando aptos para ingressarem na próxima operação veraneio.

“O processo de seleção começou em 2017 e foi concluído em fevereiro de 2018. Os candidatos que passaram no concurso e que estão aquém dos primeiros 300 (cadastro de reserva), somente podem ser chamados mediante autorização do Conselho Gestor do Governo do Estado”, conclui.

COMANDO CRICIUMENSE RECONHECE FALTA DE EFETIVO

Para o comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militares (BMM) de Criciúma, tenente-coronel BM James Marcelo Ventura, o déficit no efetivo da corporação em Santa Catarina é grande, uma vez que foram quatro anos sem a inclusão de novos soldados. “Se fossem aprovadas essas 300 vagas a mais, seria ótimo, viável e muito útil, porque estamos precisando de gente para o trabalho. Mesmo com os 300 novos que serão aprovados até o fim do ano, esse problema não será solucionado”, alerta.

Isso porque, conforme o comandante, tem crescido cada vez mais o número de aposentadorias e a demanda de trabalhos a serem desempenhados pelo Corpo de Bombeiros. “Todo ano quando o pessoal completa seu tempo de serviço, vai automaticamente para a reserva. Então o que deveria ter acontecido era uma reposição constante e anual, incluindo mais profissionais para conter o déficit e ainda atender o aumento de ocorrências. Só que não foi o que aconteceu”, declara o tenente-coronel.

No entanto, a determinação para convocar uma nova turma depende exclusivamente do Governo do Estado. “O que podemos dizer, portanto, é que para nós, se houvesse o início dessa nova turma, seria uma maravilha”, finaliza Ventura.

Fonte: Forquilhinha Notícias / FRANCINE FERREIRA