O incêndio que provocou a morte de Alessandra Romani de Lima, 46 anos, no dia 3 de janeiro deste ano nos Ingleses, em Florianópolis, foi causado por um vazamento de gás. É o que aponta o laudo concluído na semana passada pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo o Tenente Murilo Pedro Demarchi, perito em incêndios e explosões em Florianópolis, a investigação foi feita com coleta de depoimentos, perícia do local, além das imagens de câmeras de monitoramento. Apesar do laudo apontar que houve o vazamento de gás, não é possível dizer o que de fato causou esse vazamento, mas pelas análises seria o fogão da casa onde vivia Alessandra.
Os depoimentos apontaram que algumas pessoas já sentiram o cheiro de gás pela manhã e que a proprietária, que estava trabalhando no mercado, teria subido para verificar. A probabilidade, segundo Demarchi, é que ela tenha chegado no apartamento, fechado o registro de gás e testado uma das bocas de acendimento elétrico, o que teria causado a faísca, já que tinha grande quantidade de gás e oxigênio com a abertura da porta do apartamento.
Porém não houve explosão. O estouro relatado por testemunhas seria da queda do teto, reforça Demarchi. O tenente explica que tudo foi muito rápido, já que as imagens das câmeras mostram Alessandra entrando do apartamento e, poucos segundos depois, o fogo se alastrando. O tenente afirma que a orientação, em caso de possível vazamento de gás, é abrir imediatamente todas as portas e janelas para ventilar e evitar qualquer parte elétrica.
Porém o incêndio poderia ter sido evitado, afirma o perito, se houvessem aberturas permanentes para acesso de ar na cozinha.
— Como a edificação não estava regularizada junto ao Corpo de Bombeiros não tinha aquelas pequenas janelas na parte de baixo da cozinha. Como não tinha essa ventilação, o gás ficou confinando dentro da edificação, o que poderia ter sido evitado — reforça o perito do Corpo de Bombeiros, que também diz que o laudo aponta que ela não acendeu a luz quando entrou no apartamento.
Conforme o Corpo de Bombeiros, a edificação não tem nem Habite-se ou alvará de funcionamento. Porém Demarchi afirma que os proprietários já foram notificados. Como não cumpriram a notificação, foram advertidos e estariam providenciando a documentação para comprovar a regularização do imóvel.
Fonte: KARINE WENZEL / Diário Catarinense
Foto: Diorgenes Pandini / Diário Catarinense