Novo espaço oferecido não foi aceito pelo comandante da corporação

Foto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS

 

Aline Custódio

aline.custodio@diariogaucho.com.br

 

A nova sede do Grupamento de Busca e Salvamento dos Bombeiros (GBS) parece longe de ser definida. Localizada há 28 anos no armazém C-5 no Cais do Porto, no Centro da Capital, a unidade deverá ser transferida para dar lugar a um hotel no projeto de revitalização da área, proposto pela empresa Cais Mauá do Brasil. O problema é que, até agora, nenhuma das duas áreas oferecidas pela Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) foi aceita pela Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar.

Em janeiro deste ano, o Diário Gaúcho mostrou o impasse que deixava os bombeiros apreensivos com o futuro do grupamento. No mês passado, a SPH sugeriu um novo espaço nas margens do Guaíba, entre um terreno da Polícia Federal e outro do Batalhão Ambiental. Mas ele foi negado pelo comandante, o tenente-coronel Eviltom Pereira Diaz. Em janeiro deste ano, outra área quase embaixo da ponte do Guaíba já tinha sido negada pela corporação.

- As duas propostas ficam na rota de pouso das aeronaves que seguem para o aeroporto e impedem a saída do helicóptero dos Bombeiros numa urgência. Por terra, existe a dificuldade de saída rápida dos veículos. Sem contar que, por água, estaríamos mais distantes dos principais pontos de afogamento da cidade, entre a Usina do Gasômetro e o Museu Iberê Camargo - justifica o comandante.

Transferência não deve ser agora

Segundo o tenente-coronel, o espaço mais recente oferecido é ainda menor do que o primeiro e não comportaria toda a equipe. A nova sede precisa ter espaço suficiente para abrigar as equipes aquáticas, aéreas e terrestres do GBS.

Inconformado com a sugestão da SPH, o comandante enviou um ofício ao Comando da Brigada Militar informando que o local não poderia ser aceito. Até agora, ele não teve nenhum retorno.

- Sabemos que esta transferência só deve ocorrer no próximo ano ou no outro, mas estamos preocupados com esta indefinição - diz Eviltom.

Para o titular da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Arlindo Bonete, o martelo está batido, pois ele não recebeu nenhuma negativa sobre a segunda área. Por enquanto, o destino dos bombeiros será o segundo espaço divulgado.

 

 

Foto: Mateus Bruxel, Agência RBS

 

Entenda o caso

O GBS ocupa o armazém C-5 do Cais Mauá há 28 anos.

Hoje, 109 homens fazem parte da unidade, dividida em equipes terrestre, aquática e aérea.

Pelo projeto de revitalização do cais, um prédio – destinado a um hotel – será construído onde hoje está o GBS.

A Cais Porto Mauá S/A se compromete a construir uma nova instalação para a unidade dos bombeiros.

A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) ficou responsável de indicar à empresa um novo local para a instalação do GBS.

A SPH afirma ter recebido um ofício do Comando Geral da BM aceitando a área próxima à ponte do Guaíba.

Em dezembro do ano passado, a SPH chegou a informar à empresa que o novo destino do GBS seria o Cais Marcílio Dias, ao lado da ponte sobre o Guaíba.

Os bombeiros, porém, não aceitam a área por ser rota de aviões (impedindo a saída do helicóptero da unidade) e ter a saída terrestre complicada para os veículos da unidade.

No mês passado, o Comando dos Bombeiros negou outra sugestão enviada pela SPH. Desta vez, a área seria entre um terreno da Polícia Federal e outro do Batalhão Ambiental.

 

Detalhes do projeto

O contrato de arrendamento entre governo do Estado e a empresa Cais Mauá do Brasil S/A é de 25 anos, com um repasse anual ao Executivo de R$ 3 milhões, valor que será destinado à SPH para ser aplicado em benfeitorias portuárias.

A obra está dividida em três setores: Gasômetro (37 mil m²), Armazéns (86 mil m²) e Docas (64 mil m²).

A primeira etapa, iniciada em novembro passado, será a restauração dos 11 armazéns tombados pelo Patrimônio Histórico e do seu entorno.

Para 2014, estão previstos R$ 200 milhões, referentes à revitalização e obras de infraestrutura, como jardinagem.

A meta é que alguns armazéns estejam prontos antes da Copa de 2014. A data para a inauguração de todo o complexo não foi divulgada. Uma projeção indica 2017.

Segundo a SPH, no edital, existe a previsão de que a empresa arrendatária deverá "relocalizar e custear a construção do conjunto de instalações situadas atualmente no Cais Mauá pertencentes à corporação de bombeiros em uma área a ser delimitada, dentro do Porto Operacional".

Fonte: Diario Gaúcho CliRBS