As equipes de resgate do Corpo de Bombeiros de Tietê (SP) estão ajudando no atendimento a pacientes com Covid-19. Isso porque o município não tem Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou outro serviço municipal semelhante.

De março do ano passado até março deste ano foram registrados 1.032 atendimentos. Deste total, 78 foram de pacientes com Covid-19.

O Batalhão de Tietê tem 30 militares, entre administrativos e operacionais. A unidade tem duas viaturas de resgate, mas o veículo não é ambulância, é equipado para salvamento. Por isso, todos precisaram se adaptar.

"A gente começou a priorizar a manutenção das viaturas que são reserva nos quartéis, que estão quebradas ou que não têm condição de transportar muito material de salvamento. A gente fez uma gestão para que elas ficassem em condições de fazer apenas o transporte desses pacientes", explica o capitão Adriano Brito.

Os bombeiros usam equipamentos de proteção individual e, antes e depois do atendimento de cada paciente com Covid-19, as viaturas passam por processo de higienização. Enquanto são higienizadas, não podem atender outras ocorrências.

O capitão explica que a situação afeta o atendimento às ocorrências da corporação. "Uma vez que a gente emprega uma viatura nossa para um serviço que não é de bombeiro, a gente está desguarnecendo toda uma região para aquelas vítimas mais graves, provenientes de acidentes, vítimas de queimadura, ocorrências com crianças, ocorrências traumáticas."

De acordo com o secretário de saúde de Tietê, Pedro Pasin, em 2009 foi criado um consórcio dos bombeiros para atender Tietê, Cerquilho e Laranjal Paulista (SP).

"Os bombeiros passariam a fazer esse serviço que o Samu faria. Então, nessa parte de atendimento pela falta do Samu, a população não sofreu nenhum prejuízo, porque o bombeiro supre essa parte", explica.

Mas, em março de 2013, foi publicado um decreto estadual que determina os tipos de atendimentos que os bombeiros não devem fazer, entre eles: casos clínicos em geral, partos de emergência, intoxicações e casos psiquiátricos.

O secretário explica que essa questão está em pauta para ser resolvida. "A gente está estudando o melhor momento para poder fazer a análise, dar o melhor caminho para atender essa determinação governamental."

Ainda segundo o secretário, a situação não teria causado nenhum prejuízo. Enquanto o impasse não é resolvido, pessoas como Isabel Aparecida Carminat, de 61 anos, contam com o Corpo de Bombeiros. No dia 7 de março, ela passou mal e o genro decidiu acionar as equipes.

"Eles me vestiram, me puseram, me levaram, foram super bem educados e me levaram até o hospital, ao médico. Se esperasse mais um pouquinho, o pulmão já estava bem tomado pela infecção. Só agradecimento a eles e tomar cuidado para não pegar de novo."

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