A dona de casa Edilânia Moreira, que sobreviveu a queda em um poço em Juazeiro do Norte, a 491 km de Fortaleza, reencontrou nesta quinta-feira (31) a equipe do Corpo de Bombeiros que a resgatou. Edilânia Moreira teve fraturas nas pernas e nos braços. Os bombeiros afirmaram que Edilânia caiu sobre a tampa do poço, que ficou presa no meio do percurso da queda.

Edilânia Moreira recebeu um buquê de flores da equipe e descreveu a alegria de rever os agentes.

"É um momento de muito alegria. No momento do acidente eu não reconhecia ninguém. E hoje tive a oportunidade de conhecer ele e os outros. Lá eu só via a escuridão e sentia falta de ar. E muita lama me cobrindo. Eu tentei em me agarrar em alguma coisa. E pedi perdão a Deus", disse.

O soldado Diego Rocha do Corpo de Bombeiros de Juazeiro do Norte afirmou que o resgate foi complicado, pois ele teve que descer até o local da queda sem o cilindro de oxigênio.

"Eu não consegui entrar com o aparelho de oxigênio lá dentro do buraco. O cilindro de oxigênio. Então eu tive que descer sem oxigênio. Eu desci na vontade mesmo de salvar ela", afirmou.

Diego Rocha afirmou também que Edilânia Moreira gritava muito e quase coberta de lama.

"Na situação que ela estava gritando muito. Após descer passar pelo buraco tive acesso a ela. Situação crítica cheia de lama e parte dela soterrada. Ela não respondia os meus comandos. Consegui retirar alguns objetos que estavam em cima dela. Desenterrar e amarrar e subir com ela", explicou.

Resgate da vítima após 3 dias 

O Corpo de Bombeiros resgatou no último domingo (27) o corpo de Sônia Cristina Pereira da Silva, de 48 anos, morta ao cair no poço. A retirada do corpo ocorreu após cerca de 70 horas da operação dos bombeiros. Sônia caiu com a amiga Edilânia Moreira. Conforme os bombeiros, Sônia caiu até o fundo do poço.

Risco de desmoronamento

Segundo o Corpo de Bombeiros, o poço tem fortes riscos de desmoronar e o local deverá ser fechado. Durante o resgate, os bombeiros chegaram a parar as atividades para instalar escorar e evitar o colapso da estrutura, segundo o tenente-coronel Agnaldo Viana, que trabalha no resgate.

Conforme Viana, o diâmetro da cacimba na abertura é cerca de 4 metros, mas ela vai afunilando por conta dos deslizamentos de terra que ocorreram durante a tentativa de resgate.

Poço desativado 

De acordo com familiares, o poço está desativado há muito tempo na casa que fica no Bairro Santa Tereza. Os bombeiros ainda trabalham no resgate com o reforço de equipes do Crato, de Fortaleza e voluntários.

De acordo com major Artur Graça, houve um deslizamento de terra e o poço é muito profundo. Por conta disso a equipe demorou para chegar na primeira vítima.

"Situação muito difícil. Trata-se de uma cacimba desativada. O piso cedeu a tampa da cacimba desceu e o que aconteceu foi um deslizamento escondido debaixo do piso e criou-se um grande abismo. Quando isso desabou, as duas senhoras caíram e foram para o fundo e a tampa ficou pelo caminho e não conseguimos chegar até lá", afirmou.