Um casal de turistas de Araraquara, no interior paulista, por pouco não perdeu a vida no mar de Guarujá, no litoral de São Paulo. Os dois foram salvos graças ao uso de uma pequena prancha do filho de um surfista da cidade, que, por coincidência, entrava no mar no momento do afogamento iminente. Apesar do susto, todos conseguiram sair ilesos.

A situação ocorreu no fim da tarde desta terça-feira (10). Por insistência do pequeno Heitor, de cinco anos, o surfista Pedro Ivo Simioni, de 41, acabou levando o filho para surfar na Praia da Enseada. Já na parte rasa do mar, após ter amarrado o ‘leash’ (espécie de corda de segurança) no filho, o surfista notou uma movimentação diferente fora da área de arrebentação das ondas.

“Eram três pessoas, dois homens e uma mulher. A moça acabou nadando para o fundo e não conseguiu voltar. Nisso, o namorado foi atrás, e também não conseguiu. Daí, começaram a se debater na água, na tentativa de sair do fundo”, conta.

De acordo com ele, o instinto de salvar os banhistas, que passavam alguns dias na cidade, falou mais alto. “Soltei a prancha do meu filho e orientei que ele fosse para a faixa de areia. Foi quando ele disse ‘papai, vou chamar um salva-vidas’. Enquanto ele corria, eu comecei a remar com a pranchinha”, recorda.

 

O resgate contou com o auxílio da prancha de Heitor, que, apesar de pequena e com capacidade para somente 20 kg, conseguiu levá-lo até o fundo do mar. “Eu peso 70 kg, e estava em uma prancha de criança. Segui nadando e, chegando ao casal, pedi calma. Eles se seguraram na prancha e a puxei pela corda", conta.

Ao mesmo tempo, a namorada do outro rapaz, que já havia conseguido sair do mar, viu a movimentação e correu para o calçadão. Uma viatura dos bombeiros passava no momento e, após o apelo da moça, entrou na faixa de areia. "Quando os bombeiros entraram no mar, já estávamos chegando na praia. Então, jogaram o flutuador e terminaram de nos puxar”, relembra.

Sensação indescritível

Surfista há mais de 30 anos, Simioni disse que não foi a primeira vez que ele fez um salvamento no mar de Guarujá. Esse, porém, foi especial, pois contou com o auxílio do filho. “Quando estávamos indo embora, encontramos o casal, que nos reconheceu e pediu para tirar uma foto. Eles agradeceram a mim e ao meu filho”, relembra.

Para Simioni, a sensação que fica, após mais um salvamento, é a de gratidão. “Eu vivo no mar desde pequeno, comecei a surfar com 9 anos. Já vi muita coisa dentro da água, e é gratificante tirar uma pessoa com vida dela depois dessa situação e encontrá-la bem. É um alívio indescritível”.

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