Porto Alegre foi atingida por um forte temporal no final da tarde desse domingo. Houve queda de energia, árvores caídas, alagamentos e estruturas danificadas em várias partes da cidade. Os ventos ultrapassaram os 120 quilômetros por hora em alguns bairros. De acordo com o Centro Integrado de Comando (Ceic) da Prefeitura, Porto Alegre registrou três grandes vendavais em dois anos: em 14 de outubro de 2015, em 29 de janeiro de 2016 e o de domingo passado. O de 2016, ainda segundo o Ceic, foi mais violento, mas o de domingo teve maior abrangência.
A Capital amanheceu em clima de devastação, contabilizando e tentando reparar os estragos. Foram árvores caídas, casas, estabelecimentos e mobiliário urbano parcialmente - em alguns casos, quase que totalmente - destruídos, além de diversos registros de falta de luz, água e sinal telefônico. Um dos locais a registrar maior prejuízo certamente foi o Circo Rússia, que realizava espetáculo para cerca de 70 pessoas quando o vendaval derrubou a lona que cobria o espaço e destruiu a maior parte da estrutura.
De acordo com o gerente do Circo, Tamiel Ferrari, os custos para reerguer a estrutura certamente vão ultrapassar R$ 400 mil, já que somente a lona, que é importada, tem um valor de 200 mil dólares.
“Foi pavoroso”, resumiu o gerente, que contou que o Circo Rússia está na estrada há 30 anos sem jamais ter passado por uma situação como a de domingo passado. De acordo com ele, o incidente começou por volta das 18h40min e a estrutura, considerada de boa qualidade, veio abaixo rapidamente. Ainda conforme Ferrari, cinco pessoas tiveram ferimentos leves. A empresa circense está em Porto Alegre há duas semanas e a expectativa é de conseguir se reerguer e completar o um mês previsto na Capital.
Árvores caídas
Na rua Antônio Divan, na zona Sul, uma árvore caiu sobre o telhado da garagem da professora Elisângela Silveira, deixando parte da estrutura quebrada. A ventania, segundo ela, causou o estrago por volta de 19h. A árvore, um ipê roxo, havia sido plantada pelo aposentado Raúl Johnson, 84, há aproximadamente 50 anos. De acordo com ele, que é morador da casa ao lado, sua residência ficou sem luz e água. A cozinha, localizada na parte inferior, ficou alagada devido ao temporal. Na rua Orfanotrófio, na mesma região, um bar ficou destelhado devido aos fortes ventos. Outro local onde a queda de árvores foi bastante significativa foi o Jardim Botânico. Na manhã de ontem, funcionários recolhiam a vegetação caída em diversos pontos do local.
Transporte público afetado
O temporal de domingo também prejudicou o transporte coletivo na segunda-feira. As linhas 344, 344.1 e 344.2 foram desviadas em função de queda de árvores nos dois sentidos. Já a linha A19 teve desvio no retorno para o Hospital Restinga pelo Parque Industrial. As linhas 494 e 493, também por queda de árvore, foram desviadas no sentido Centro/Bairro. Por causa de um poste caído, a Estrada João Antônio da Silveira foi totalmente bloqueada, fazendo com fossem disponibilizados ônibus alternativos para as linhas T12, T12A, T12.1 e A14.1. A linha 436 - Jardim Ipê, por sua vez, foi desviada no sentido Bairro/Centro e perdeu pelo menos 11 paradas.
Estruturas danificadas
Na avenida Coronel Aparício Borges, uma parada de ônibus teve toda a sua estrutura superior contorcida devido aos fortes ventos. Os destroços eram retirados na manhã desta segunda por uma equipe da EPTC, deixando apenas a as bases, que não foram danificadas. Perto da ali, na mesma avenida, o vendaval atingiu uma loja de veículos, derrubando o portão de ferro sobre quatro automóveis estacionados.
O Ginásio da Brigada Militar foi outro espaço bastante danificado pelo temporal, que fez com que cerca de 50% do telhado desabasse. De acordo com o major João Silveira, a outra parte do telhado ainda corre risco de cair, por isso, o ginásio foi interditado e teve toda a sua parte elétrica desativada, já que a fiação ficou comprometida. Ainda conforme o major, o engenheiro da BM avaliou o espaço ontem e chegou à conclusão de que a parte estrutural não foi afetada. Em seguida, um laudo deve ser emitido e, a partir daí, deve-se começar a pensar na reativação.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Guilherme Testa