Um trote fez com que o Corpo de Bombeiros de Varginha deslocasse o helicóptero e toda uma equipe para Boa Esperança (MG) para uma ocorrência falsa. O caso aconteceu nesta semana. Segundo os bombeiros de Minas Gerais, de janeiro a julho deste ano já foram 63 ligações falsas.
Conforme os militares, o trote recebido nesta semana pelo pelotão em Varginha dizia que supostamente um acidente teria acontecido próximo ao Lago de Furnas, no município de Boa Esperança.
No local, as águas do lago são retidas por uma barragem que recebeu o nome de dique e, sob uma das bordas dessa barragem, passa uma ponte. Conforme o suposto pedido de ajuda, uma mulher teria caído dessa ponte e, por isso, precisava de atendimento rápido.
No mesmo instante, o Corpo de Bombeiros acionou o helicóptero. A aeronave saiu de Varginha e foi para Boa Esperança fazer o atendimento.
Chegando lá, os bombeiros coletaram informações com alguns pescadores que estavam próximos, mas nenhum tinha visto nada e não sabiam da situação. Os militares então encontraram outro ponto do dique, onde outras pessoas também negaram a ocorrência.
Segundo os bombeiros, eles fizeram a checagem da ligação e voltaram a ligar para o número que tinha pedido socorro, mas o telefone estava dando desligado. O Corpo de Bombeiros insistiu mais uma vez, mas o número sempre dava desligado. Concluíram então se tratar de um trote.
Em Minas Gerais, no ano de 2023, foram 63 trotes que atrapalharam, prejudicaram e fizeram chamadas falsas para o Corpo de Bombeiros. Situação também que prejudica não só os bombeiros, como todas as outras forças de segurança, além de órgãos ou corporações que prestam serviços para a população.
A Polícia Militar é um dos alvo dos trotes. Segundo o tenente da PM, Jadiel Torga, quando as viaturas são deslocadas para uma ocorrência falsa, uma pessoa que esteja precisando de uma situação de emergência, não é atendida.
O advogado criminalista, Dhiego da Silva Assis, completa que quando a pessoa comete um trote, ela pode ser enquadrada em diversos crimes previstos no Código Penal.
"A depender de até onde vai com a conduta, pode ser enquadrado em diferentes crimes previstos no Código Penal. Na medida que você pratica um trote, ou algum familiar, algum filho seu, pratica um trote, você está desviando a atuação daquela autoridade para um caso que realmente demande atenção. Então, você acaba interferindo na prestação de um serviço público que realmente se espera dessa autoridade", completa.