A maior chuva da história de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, completa nesta terça-feira (15) um mês.

Mais uma terça-feira que deixa marcas na vida de Rafaela Braga Pereira. Na terça-feira do dia 15 de fevereiro, ela se viu diante do pior pesadelo: uma enxurrada arrastou o ônibus em que ela e o filho Pedro, de 8 anos, estavam.

“Eu vi a morte de frente, cara a cara. E, infelizmente, eu fico triste porque eu não consegui salvar o meu filho”, diz Rafaela.

Um mês de busca incansável pelo corpo do filho.

“São três vidas que ainda estão dentro do rio. São três pessoas. Não são um colchão, um sofá, um lixo que está lá dentro do rio. São três vidas, e a gente só vai descansar quando esses corpos aparecerem”, afirma Regina Braga, avó do Pedro.

Bombeiros ainda fazem buscas no Morro da Oficina, um dos quase 5 mil pontos de deslizamento registrados na cidade.

Leandro da Rocha é um dos voluntários na busca pelos desaparecidos. O filho dele, Gabriel, morreu. Ele estava em um ônibus arrastado no temporal e tentou salvar outros passageiros. Ao todo, 233 pessoas morreram na tragédia.

“Eu continuei nessas buscas até hoje porque a força que me deu tudo isso foi o exemplo que Gabriel me deu, de solidariedade, de se importar com o próximo”, conta.

Sérgio Bernardes viu seu posto de gasolina ser destruído pela enxurrada. O que se encontra nos arredores do posto ainda é um cenário de destruição. Numa escadaria que fica na parte de trás do estabelecimento, oito casas desabaram.

“Sonhos e pesadelos. Sonho em reconstruir e pesadelo por tudo o que está acontecendo. Dependo de muita gente, dependo de as pessoas acreditarem novamente em Petrópolis. Para o turismo voltar a Petrópolis, acreditar na nossa cidade linda, porque nós não vamos apagar o que aconteceu, mas vamos conseguir escrever uma nova história”, diz o empresário.

 

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