A forte chuva que atingiu o Rio Grande do Sul afetou 345 dos 497 municípios do Estado e causou dezenas de mortes. O desastre climático também afetou o fornecimento de água tratada e de energia elétrica em centenas de milhares de imóveis. A chuva também levou o Guaíba ao maior nível já registrado.
De acordo com o boletim da Defesa Civil estadual, divulgado às 9h de segunda-feira, a chuva causou 83 mortes, em 38 municípios gaúchos. Outros quatro óbitos estão em investigação, para confirmar se foram causados pelo desastre meteorológico, em Caxias do Sul, Pinhal Grande, Santa Maria e Três Coroas.
Outras 276 pessoas se feriram. Há 111 desaparecidos.
O RS tem 121.957 desalojados e 19.368 pessoas em abrigos.
Nível do Guaíba
As medições do nível do Guaíba são realizadas de hora em hora, conforme divulgação da Defesa Civil estadual. O dado mais recente mostra que o nível aumentou 2cm em relação ao medido nas três horas anteriores, chegando aos 5m29cm. O registro mais alto foi de 5m33cm, às 8h de domingo (5).
Água
As regiões Metropolitana, Nordeste, Central e dos Sinos estão com o abastecimento de água tratada afetado e o consumo deve ser feito de maneira responsável nestes locais. Conforme a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), 884 mil imóveis estão desabastecidos em 48 municípios de sua área de atendimento.
A Região Metropolitana é a mais atingida, com 599 mil imóveis sem água em oito cidades. O município de Eldorado do Sul segue totalmente desabastecido por causa de um rompimento de tubulação que só poderá ser reparado quando o nível do Guaíba começar a baixar.
Além da Metropolitana, na região Nordeste são 146 mil imóveis sem água em 22 municípios, na Central são 91 mil imóveis em 10 municípios, no Sinos há desabastecimento em cinco cidades, impactando em 20 mil imóveis.
Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que quatro estações de tratamento de água (Etas) seguem com operações suspensas. São elas ETA Moinhos de Vento, ETA São João, ETA Tristeza e ETA das Ilhas. Além disso, as outras duas Etas da cidade estão operando com capacidade reduzida.
A suspensão das atividades nas estações se deve à inundação das estações de bombeamento de água bruta (Ebabs), que são as responsáveis pela captação da água para tratamento. Com isso, diversos bairros de Porto Alegre estão sem água ou com baixa pressão. Não há previsão para retomada das operações.
Energia elétrica
O Estado tem, na manhã desta segunda-feira, ao menos 443 mil imóveis sem energia elétrica.
A RGE informa que em sua área de concessão 260 mil clientes estão desabastecidos. A maioria desses clientes está em áreas alagadas ou em locais inacessíveis para as equipes. As regiões mais afetadas são Região Metropolitana (84,6 mil), Vale do Taquari (66,1 mil), Vale do Sinos (56,8 mil), Vale do Rio Pardo, (36,5 mil) Serra (6,4 mil) e Planalto (6,1 mil).
Já a CEEE Equatorial divulgou que 183 mil clientes estão sem fornecimento de energia elétrica, sendo que 175 mil estão desligados por segurança, devido a áreas alagadas. Os municípios mais atingidos são Eldorado do Sul, Guaíba, Porto Alegre, Alvorada e Viamão.
Foto: Stuckert