As chuvas registradas no Pantanal de Mato Grosso nas últimas 24 horas ajudaram a apagar os incêndios na região. Os bombeiros e brigadistas, que estavam na região para conter o fogo que consumia a vegetação há quase um mês, gravaram um vídeo em um barco comemorando a chegada das chuvas.

"Chegou o melhor bombeiro do universo, Pedrão. Valeu Pedrão, valeu São Pedro. Chuva no Pantanal", diz o coronel do Corpo de Bombeiros Paulo Barroso, que coordena o programa de brigadas pantaneiras do SOS Pantanal.

De acordo com os bombeiros, a chuva amenizou o quantitativo de focos, mas ainda há focos sendo combatidos.

As equipes trabalhavam por terra e ar para combater o incêndio no Parque Estadual Encontro das Águas (PEEA), na região de Porto Jofre. Quatro aeronaves estavam sendo usadas.

Entre bombeiros, Defesa Civil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e brigadistas voluntários, mais de 50 pessoas fazem o combate ao fogo no Parque Estadual Encontro das Águas.

O primeiro incêndio de grande proporção na região foi em uma propriedade particular na região da Estrada Parque Transpantaneira, em Poconé. Um trator que estava sendo utilizado por um fazendeiro durante a produção de faixas de aceiros no campo pegou fogo e atingiu outras áreas fora da fazenda.

Segundo análise do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cerca de 117 mil hectares queimaram.

Um dos principais desafios das equipes é a dificuldade de acesso. No Parque Encontro das Águas, considerado o maior refúgio de onças-pintadas do mundo, só é possível chegar de barco ou helicóptero.

Incêndio histórico

Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares. 26% do bioma - uma área maior que a Bélgica - foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram.

Em Mato Grosso, quase 2,2 milhões de hectares foram destruídos e, em Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares, virou cinzas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a precipitação dos últimos meses na bacia do alto Paraguai ficou abaixo do esperado. O Pantanal não tem uma “cheia” há três anos.